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O Índice de Desempenho Industrial do Rio Grande do Sul (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quarta-feira (4), segue instável em 2019. Entre junho e julho, recuou 1%, feitos os ajustes sazonais. Nos últimos quatro meses, são dois resultados positivos e dois negativos, com o saldo praticamente nulo. “A atividade do setor continua, em meio à volatilidade, em um lento processo de recuperação. Isso se dá, principalmente, pelo baixo nível de demanda, causado pelo elevado desemprego, pela redução de investimentos e pela desaceleração da economia mundial, sobretudo por causa da crise argentina”, explica o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

O IDI-RS de julho aponta retração também na média móvel (três meses encerrados nesse mês em relação aos três encerrados em junho) de -0,6%, após alta de 0,4% em junho. Nessa base, menos volátil que a mensal, o indicador está 1,1% abaixo do pico mais recente, em agosto de 2018. Os seis componentes que formam o IDI-RS mostraram comportamentos diferentes  entre junho e julho, feito o ajuste sazonal. O faturamento real (+8,4%, ao contrário de junho, quando caiu 6%) e as compras industriais (-5,7%, a segunda redução consecutiva, pois retraiu 10,8% em junho) seguem marcados pela grande volatilidade. A utilização da capacidade instalada (UCI), com grau médio de 82,9%, aumentou um ponto percentual, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis e o emprego e a massa salarial caíram 0,2% e 0,3%, respetivamente.

  • IDI-RS: -1%
  • Faturamento real: 8,4%
  • Horas trabalhadas na produção: 0,1%
  • Pessoal ocupado: -0,2%
  • Massa salarial real: -0,3%
  • UCI - Grau Médio: 82,9%
  • Compras industriais: -5,7%

Na comparação com julho de 2018, o IDI-RS diminuiu 0,8%, após ter recuado 3,2% em junho, quando interrompeu uma sequência positiva de 12 meses nessa mesma base de comparação. Com isso, a taxa acumulada no ano, na comparação com igual período de 2018, foi a menor dos últimos três meses: +2,1% em julho ante +2,7% em junho e +3,9% em maio.

Apesar do resultado decepcionante no início do segundo semestre, a expectativa, de acordo com o presidente da FIERGS, é de recuperação lenta para atividade industrial gaúcha nos próximos meses. Para Petry, a redução da incerteza provocada pelos avanços da Reforma da Previdência, as taxas de juros em níveis historicamente baixos, com inflação controlada, e o menor endividamento das famílias devem fornecer algum impulso à demanda futura.

ACUMULADO
Na análise por componentes, as variações acumuladas em 2019 são positivas nos indicadores associados à produção, principalmente no faturamento real (6%).  As compras industriais (2,9%), a UCI (1,6 ponto percentual positivo) e as horas trabalhadas na produção (0,4%)  mostraram altas moderadas. No mercado de trabalho, o emprego avançou 0,4%, enquanto a massa salarial real recuou 1%.

Nessa mesma base, o desempenho é desigual entre os setores industriais pesquisados. Veículos automotores aumentaram fortemente (16,2%), sendo responsáveis por praticamente todo crescimento da indústria gaúcha ao longo de 2019. Tabaco (5%), Couros e calçados (2,7%), Eletrônicos e informática (3,1%) e Material elétrico (2,3%) também deram contribuições positivas.

Mas uma grande parte dos segmentos caiu, como Vestuário e acessórios (-10,4%), Têxteis (-6,8%), Metalurgia (-3,7%), Produtos de Metal (-0,9%), Alimentos (-0,3%), Máquinas e equipamentos (-0,3%) e Bebidas (-0,7%); ou ficaram próximos da estabilidade, como Móveis (+0,2%) e Químicos e derivados de petróleo (+0,8%).

Mais informações em Indicadores Industriais.

Publicado quarta-feira, 4 de Setembro de 2019 - 15h15