O crescimento de 0,8%, em setembro na comparação com agosto, do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), manteve a atividade da indústria gaúcha 2,3% abaixo de maio de 2019 (o pico de atividade mais próximo a setembro) e praticamente igual a abril de 2018, mês anterior à greve dos caminhoneiros. “Terminou o terceiro trimestre de 2019, mas os indicadores mostram que persiste o quadro de estagnação iniciado no mesmo trimestre do ano passado. A demanda interna fraca, a crise argentina e a desaceleração global formaram um cenário pouco favorável ao setor”, destaca o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry.
Em setembro de 2019, ante o mês anterior – série com ajuste sazonal –, a indústria gaúcha aumentou o faturamento (3,6%), as compras de insumos e matérias-primas (5,5%), as horas de produção (0,9%) e a massa salarial (0,7%), sem, entretanto, ampliar o uso da capacidade instalada (UCI), que ficou estável em 82,8%, e o emprego, que caiu 0,2%.
A longa estagnação é percebida nas comparações anuais. Relativamente a setembro de 2018, contando com dois dias úteis a mais em 2019, o IDI-RS interrompeu uma sequência de três resultados negativos e voltou a crescer: 1,1%. Mesmo assim, a desaceleração continuou, pois o crescimento acumulado do IDI-RS, em maio de 2019, era de 3,9%. Nos quatro meses seguintes, reduziu para um terço disso (1,3% em setembro). “Apesar desse recuo, a expectativa de recuperação da indústria gaúcha permanece. Os empresários do setor mostram otimismo com relação à economia brasileira e à demanda e maior disposição para investimentos”, reforça Petry, acrescentando que eles devem se beneficiar, ainda que lentamente, dos menores níveis de incerteza e juros e melhores condições de crédito, além dos saques do FGTS e do PIS/Pasep.
Na análise do resultado acumulado entre janeiro e setembro deste ano, o faturamento da indústria gaúcha aumentou 5% ante igual período do ano passado. Na mesma comparação, também cresceu a UCI, 1,6 ponto percentual, com um grau médio de 82,4%, enquanto a massa salarial real caiu 0,6%. Os demais indicadores ficaram muito próximos da estabilidade: compras industriais (-0,2%), emprego (+0,2%) e horas trabalhadas na produção (-0,1%).
Entre os 17 setores pesquisados, o desempenho da atividade industrial foi desigual nos nove primeiros meses do ano: apenas sete cresceram em relação ao mesmo período de 2018. Praticamente toda elevação da atividade vem de Veículos automotores (12,1%), com contribuições também de Couros e calçados (4%) e Tabaco (2,1%). Por outro lado, as principais influências negativas estiveram em Máquinas e equipamentos (-2,9%), Metalurgia (-6,3%), Químicos e derivados de petróleo (-0,4%), Têxteis (-6,8%), Vestuário e acessórios (-8,8%) e Produtos de metal (-0,9%).
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