A forte retração nas compras, de 3,7%, entre junho e julho, contribuiu para a queda de 0,8% no Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta terça-feira (4) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). O resultado segue as fortes oscilações ocorridas nos dois meses anteriores – cresceu 11,9% em junho e caiu 8,7% em maio –, em função da crise no transporte de cargas. “O IDI-RS mostra que a paralisação dos caminhoneiros ainda provoca consequências ao setor. Mas indica também que, apesar de cair, a atividade se normaliza e retoma a trajetória de recuperação percebida, principalmente nas comparações anuais”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
As horas trabalhadas na produção fecharam praticamente estáveis em julho, com um recuo mínimo, de 0,1%, mas os demais indicadores do IDI-RS cresceram na comparação com o mês anterior: faturamento real (0,2%), emprego (0,6%), massa salarial real (0,7%) e o grau médio de utilização da capacidade instalada-UCI (0,4 pontos percentuais, subindo para 81%). Se por um lado a indústria gaúcha é estimulada pelas reduções dos juros e da inflação e por alguma recuperação do emprego, há outros fatores que continuam a prejudicá-la. “Sofremos com a demanda interna fraca, o desemprego e os spreads bancários ainda elevados, além do setor externo menos favorável, de alguma incerteza com a indefinição do quadro eleitoral, da volatilidade na taxa de câmbio e do acirramento da crise Argentina”, ressalta Petry.