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A Sondagem Industrial do RS, divulgada nessa quinta-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), revela que em novembro de 2020 o setor manteve a tendência de forte retomada da atividade, e os estoques nunca estiveram tão abaixo do esperado pelas empresas. “A produção começa a se ajustar depois de ser interrompida e também sofrer com a falta de insumos e matéria-prima. Mesmo tendo crescido, não impediu uma queda recorde nos estoques das empresas”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Os resultados da pesquisa comprovam isso. O indicador de produção recuou de 61,2 pontos, em outubro, para 56,1 em novembro, mas, ainda acima dos 50, mostrou crescimento em relação ao mês anterior. Essa foi a sexta alta consecutiva da produção, desempenho bem acima da estabilidade sugerida pela sazonalidade do período (média histórica do mês é de 50,4). Os indicadores variam de zero a cem pontos, com exceção da utilização da capacidade instalada-UCI, que varia de 0 a 100%.
Já os estoques de produtos finais seguiram em declínio, ficando ainda mais abaixo do pretendido pelas empresas em novembro. O indicador de evolução, em 42,9 pontos, tendo se mantido abaixo dos 50 confirma redução em relação a outubro, a sexta queda seguida e a mais intensa já registrada. Com isso, o indicador em relação ao planejado, em 41,1 pontos, mostrou que os estoques nunca estiveram tão baixos. Além da forte demanda, o fenômeno é causado pela escassez de insumos e matérias-primas. “Resultados abaixo dos 50 pontos indicam estoques menores do que os planejados pelos empresários, o que, de qualquer forma, é uma boa notícia para a produção futura”, destaca o presidente da FIERGS.

Também, diferentemente do comportamento esperado pela sazonalidade negativa do mês (média de 48,3), o emprego registrou a quinta alta consecutiva em novembro, ainda que o indicador tenha recuado três pontos em relação a outubro, para 54,8.

A evolução da utilização da capacidade instalada não foi diferente, atingindo 76% no penúltimo mês de 2020, redução de um ponto percentual ante outubro. Apesar disso, a UCI confirmou o aquecimento da atividade, pois, historicamente, a indústria gaúcha ocupa, em média, 69,6% da sua capacidade produtiva em novembro. Os empresários gaúchos, no mesmo sentido, consideram que a indústria operou acima do usual, como mostrou o indicador de UCI em relação à usual, fechando em 55,6 pontos. A indústria gaúcha opera acima do normal desde setembro.

EXPECTATIVAS
As expectativas para os próximos seis meses continuaram positivas, aponta a pesquisa realizada entre 1º e 11 de dezembro, com todos os indicadores além dos 50 pontos: demanda e compras de matérias-primas, ambas com 60,1, caíram pelo terceiro mês, mas seguem projetando crescimento. Já as perspectivas dos empresários gaúchos para o emprego, 56,7 pontos, e para as exportações, 58,2, ficaram um pouco mais otimistas. A intenção de investir não se alterou em dezembro relativamente a novembro. O indicador ficou estável em 60,9 pontos, com 70,4% das empresas dispostas a investir nos próximos seis meses. A pesquisa foi realizada com 197 empresas, sendo 39 pequenas, 65 médias e 93 grandes.

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Publicado quinta-feira, 7 de Janeiro de 2021 - 16h16