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Autorregulação de negociações sindicais é discutida em congresso da FIERGS

O mundo do trabalho passa por profundas transformações decorrentes das novas tecnologias, com impactos nos modelos de negócios e nas profissões. Diante dessa realidade que abrange todas as atividades econômicas, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) realizou o painel “Reforma Sindical: Para onde estamos caminhando?”, no 1º Congresso Sindical da Indústria. A iniciativa reuniu presidentes e executivos de sindicatos industriais.

Para tratar do tema, a FIERGS convidou o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da indústria (CNI) e vice-presidente da Organização Internacional dos Empregadores (OIE) para a América Latina, Alexandre Furlan; e o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais, consultor sindical, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS). Ambos integram a comissão tripartite que discute, junto com o Governo Federal, a reestruturação das relações trabalhistas no Brasil.

A autorregulação sindical esteve no centro das questões abordadas no segundo dia do 1º Congresso Sindical da Indústria. Para os representantes da CNI e das Centrais Sindicais, é importante a autonomia nas negociações, tanto dos sindicatos de trabalhadores quanto dos empregadores, sem intervenção do Estado.

A proposta de construção de mecanismos de autorregulação, abordada por ambos no painel realizado no sábado, 19 de agosto, passa pela criação de câmaras setoriais. “O que nós estamos tentando propor coletivamente é definir os instrumentos capazes de olhar para o futuro e dar possibilidade de fazer esse sistema permanentemente melhor, por isso, a autorregulação”, argumentou Furlan.

De acordo com Clemente Ganz Lúcio, caberá às Câmaras – de trabalhadores e empregadores – desenharem os processos de negociação coletiva de forma autônoma. “Provavelmente daqui a um tempo, juntos, esses fóruns poderão dar outros passos normativos e ir reposicionando as coisas de tal forma que tenhamos menos judicialização, e mais composição na solução de problemas. Se a gente fizer isso, nós vamos colar o nosso sistema à realidade”, disse.

Publicado quarta-feira, 23 de Agosto de 2023 - 17h17