Agravamento da crise mundial e falta de
crédito afetaram resultados de novembro
Após três meses de retração do crédito aos exportadores e do agravamento da crise internacional, a balança comercial do Rio Grande do Sul teve uma forte retração em novembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os embarques caíram 4% e atingiram US$ 1,12 bilhão. Já as importações desabaram 19% e fecharam em US$ 907 milhões. "Para os próximos meses espera-se que a tendência de desaceleração das vendas externas seja mantida. O atual momento nas principais economias mundiais resultará numa menor demanda pelos produtos gaúchos", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, ao divulgar os resultados nesta quarta-feira (17).
Na indústria, que respondeu por 94% das exportações gaúchas, a desaceleração foi altamente disseminada. Dos 18 segmentos, apenas cinco obtiveram resultados positivos. Até aqueles que apresentavam boa performance foram atingidos, como Máquinas e Equipamentos, queda de 7% na comparação com novembro de 2007, que sofreu principalmente com a retração da economia Argentina e viu as vendas de colheitadeiras diminuírem 60%. Alimentos e Bebidas, o setor com maior volume de exportações no ano, elevou em apenas 0,8% os embarques de novembro. As quedas mais acentuadas foram de óleo de soja (-31%) de carne suína (-38%) e de frango (-7%) in natura. Nas importações, os maiores recuos ficaram com as categorias de bens de consumo duráveis (-21%) e de combustíveis e lubrificantes (-48%).
Já no acumulado do ano, ante igual período de 2007, o Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 25% nas exportações e 50% nas importações, ainda reflexo do aquecimento dos mercados externo e interno nos primeiros meses de 2008. Os embarques somaram US$ 17,24 bilhões e as compras US$ 13,78 bilhões. Máquinas e Equipamentos obteve uma elevação nas vendas de 99% e Material de Transporte, 43%.
Ainda de janeiro a novembro, o Estado perdeu a terceira posição no ranking nacional para o Rio de Janeiro, que apresentou um crescimento de 63% nos embarques de óleos brutos de petróleo. Os principais destinos dos produtos gaúchos no ano foram Estados Unidos (13,4% de participação), China (11%) e Argentina (8,6%).
A perspectiva é fechar 2008 com um saldo comercial de US$ 3,7 bilhões, com US$ 18,5 bilhões em vendas e US$ 14,8 bilhões em compras. Para 2009, a previsão da FIERGS é de US$ 16,3 bilhões para as exportações e US$ 13,2 bilhões para as importações.
