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Bancos Sociais: a indústria da solidariedade

Criada para transformar o excedente industrial em benefício coletivo, a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais ingressou em outras áreas de atuação. Criou um novo Banco voltado para o segmento cultural, expandiu sua metodologia de gestão para outros Estados brasileiros e implantou um projeto pioneiro de doação via internet. A Fundação termina o ano com 14 Bancos sociais. Cada um é administrado por um presidente-empresário, com amplo conhecimento no setor correspondente de atuação.

Entre os destaques da Fundação no ano estão a interiorização do Banco de Alimentos, que agora forma uma rede pelo Rio Grande do Sul; o projeto Clique Alimentos, campanha que promove a aproximação entre o Banco de Alimentos e diversas empresas para possibilitar a doação gratuita via internet; a parceria com o Senai, que criou cursos de capacitação profissional para jovens de baixa renda; e o lançamento do Banco de Livros. Em geral, também aumentaram os donativos e encaminhamento de produtos para comunidades carentes. Além disso, a ampliação de parcerias tornou possível a continuidade da ação que norteia todo o trabalho da Fundação: estimular o voluntariado entre pessoas físicas e a área corporativa para promover a sustentabilidade social.

O Banco de Alimentos teve uma ampla atuação e viu seu trabalho ser reconhecido em todo o Brasil. Federações de outros Estados, entre os quais Brasília, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco e Mato Grosso, manifestaram interesse na metodologia e muitas iniciaram a implantação do sistema. O primeiro fruto fora do Rio Grande do Sul já pôde ser colhido no Rio de Janeiro, onde o Banco de Alimentos foi inaugurado em novembro.

Aqui no Estado foi fomentada a criação de novas unidades do Banco de Alimentos em 10 cidades. Além disso, outros 36 núcleos agora constituem a Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul, a primeira do País. Prova desta força pode ser conferida durante a recente calamidade que se abateu sobre Santa Catarina. Mais de 250 toneladas de alimentos não-perecíveis foram enviadas para a população do Estado vizinho, sem prejuízos ao tradicional repasse feito às entidades gaúchas.

A grande novidade do ano foi a criação do Banco de Livros. Com ele, a promoção da sustentabilidade ganha dimensões maiores. Sua missão é disponibilizar para as comunidades de baixa renda o acesso à informação. A mais recente frente de atuação da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais surge para distribuir algo que vai além de objetos concretos. Neste caso, a fome é de conhecimento.

Publicado quarta-feira, 31 de Dezembro de 2008 - 0h00