Iniciativa da FIERGS transforma o excedente industrial de diversos setores em produtos importantes para as comunidades de baixa renda.
A Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, idealizada pelo Conselho de Cidadania da FIERGS, tem muitos motivos para comemorar o ano que encerra. Criada para transformar o excedente industrial em benefício social, os resultados já podem ser contabilizados em diversos segmentos. O aumento das doações e do encaminhamento de produtos para comunidades carentes, a interiorização do Banco de Alimentos e o repasse da sua metodologia para outros Estados, o lançamento da Bolsa de Resíduos e a consolidação do Centro de Excelência Universitária de Pesquisa Técnica e Científica estão entre os principais destaques de 2007. De acordo com o diretor-superintendente, Paulo René Bernhard, as expectativas foram superadas em cada um dos 13 Bancos Sociais que integram a iniciativa. "O alicerce do nosso trabalho é o processo de gestão empresarial", explica.
Principais resultados em 2007
Banco de Alimentos − Inaugurado em 2000 para atender Porto Alegre e Região Metropolitana, agora o trabalho será ampliado com a Rede de Banco de Alimentos do RS. A iniciativa é a primeira no Brasil e reúne unidades em nove municípios: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Guaíba, Santana do Livramento, Viamão, Rio Grande e Imbé. Na Capital, o Banco distribuiu mais de 8 mil toneladas de alimentos, desde 2000, beneficiando 300 instituições e 40 mil pessoas.
Banco de Refeições Coletivas − Com o aproveitamento dos excedentes de cozinhas industriais de 52 empresas, 450 mil refeições são distribuídas para instituições, com acompanhamento de nutricionistas.
Banco de Mobiliários − Organizações não governamentais e escolas receberam 2.121 itens, entre mesas, cadeiras e armários. As sobras de madeiras das indústrias são transformadas em móveis. Também foram ministrados quatro cursos pelo Senai para 98 jovens e adultos.
Banco de Computadores − Recuperação de equipamentos, doação de computadores, cursos de manutenção e oficinas de informática marcaram o ano. Dos 2.512 computadores e periféricos recebidos, 1.232 foram doados.
Banco de Vestuário − O excedente da indústria têxtil permitiu que 61.200 toneladas de tecidos beneficiassem clube de mães, associações de bairro e centros comunitários. Os retalhos e as sobras se transformaram em roupas, cobertores e colchas. A UFRGS e o Senai responderam pelos cursos, aperfeiçoando 176 pessoas.
Banco de Materiais de Construção − Recebeu mais de 50 mil itens e distribuiu 38.280 para escolas, ONGs e comunidades, que recuperaram e ampliaram suas instalações físicas.
Banco de Tecido Humano − O Banco funciona na Santa Casa de Porto Alegre. A FIERGS foi pioneira ao obter o primeiro alvará do Brasil para captação de pele de cadáveres, como órgão essencial na recuperação de queimados.
Banco de Órgãos e Transplantes − Ampliar o conhecimento da população sobre o tema está entre as prioridades do Banco. Para isso, 431 médicos e estudantes da área participaram de um dos 14 cursos de multiplicadores. Agora os currículos das faculdades de Medicina do RS têm a doação de órgãos como disciplina optativa.
Banco de Projetos Comunitários − Orientou 131 projetos de ONGs para captação de recursos. Estimulou as empresas a utilizarem a Lei Federal 8060 para o repasse de 1% do seu imposto líquido para instituições com projetos aprovados nos Conselhos Municipais.
Banco de Medicamentos − A Vigilância Sanitária homologou o Banco como drogaria. Outro destaque ficou com a parceria com a Faculdade de Farmácia da Ulbra para atendimento da responsabilidade técnica, armazenamento e distribuição.
Banco de Resíduos − Desenvolveu 11 projetos de empresas que utilizam os resíduos industriais como matéria-prima e implantou a Bolsa de Recicláveis (100 empresas). Atualmente coordena o Fórum Permanente sobre Resíduos.
Banco de Voluntários e Banco de Dados − Funciona como articulador de todos os Bancos Sociais, reunindo entidades e empresas.
