A indústria do Rio Grande do Sul exportou US$ 1,1 bilhão em julho, um crescimento de 19,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Porém, o bom resultado se explica, em parte, pela base de comparação deprimida ainda por conta dos efeitos negativos causados pela greve dos caminhoneiros e da crise da Argentina, que influenciaram o setor exportador gaúcho no mesmo mês de 2018, quando o valor exportado, de US$ 941 milhões, foi o menor desde 2004. Embora a crise argentina prossiga e a retração nas compras de produtos industrializados gaúchos pelo país vizinho tenha chegado a 33,1% em julho de 2019, dois dos principais parceiros comerciais do RS seguiram o caminho inverso e aumentaram suas compras de forma considerável: a China, com US$ 506 milhões, cresceu 6,5%; e os Estados Unidos, com US$ 127 milhões, 67,1%. “O aumento nas vendas foi disseminado na maioria dos setores industriais gaúchos, sendo que alguns com grande contribuição na nossa pauta exportadora, como Tabaco, Alimentos e Calçados, tiveram grande elevação na comparação com julho do ano passado”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry.
Entre as 23 categorias que registraram algum embarque em julho, 17 assinalaram crescimento mensal, com destaque para o setor de Tabaco (72,5%, especialmente para a Bélgica, com acréscimo de US$ 53 milhões à pauta importada desse destino), Alimentos (14,6%), Produtos químicos (20,2%) e Couro e calçados (26,6%). Produtos alimentícios, impulsionados pela ampliação das vendas de carne de frango (+US$ 57 milhões) e suína (+US$ 16 milhões) in natura, registraram o maior valor exportado dos últimos quatro anos: US$ 329 milhões. Quanto aos outros dois segmentos, o desempenho positivo reflete, essencialmente, o efeito estatístico produzido pela base de comparação.
Em compensação, a compra de importados pelo Estado ultrapassou, em julho, pela primeira vez no ano, a marca do bilhão (US$ 1,2 bilhão). Embora seja o maior valor importado até o momento, houve um recuo de 1,4% neste mês se comparado a 2018, sendo esta a sexta queda consecutiva sob a base de comparação mensal. Entre as grandes categorias, as maiores influências negativas vieram de Combustíveis e lubrificantes (-24,1%), Bens de consumo (-49,6%) e Bens de capital (-13,4%). A retração não foi maior porque os Bens intermediários registraram alta de 15,3% no mês.
ACUMULADO
Entre janeiro e julho de 2019, as exportações de produtos industrializados do Rio Grande do Sul totalizaram US$ 7,3 bilhões. O desempenho de julho foi suficiente para reverter o resultado negativo no acumulado do ano, resultando em um avanço de 2,3% ante o mesmo período de 2018.