O Brasil é o principal parceiro comercial do Cazaquistão na América do Sul e uma referência a contribuir para ampliação dos negócios do país asiático com a América Latina. Ao mesmo tempo, a antiga república soviética, por sua posição geográfica, é um importante corredor de exportação, por onde cruza 80% do transporte terrestre entre Ásia e Europa. Esses foram alguns dos pontos colocados como favoráveis para a ampliação da relação comercial entre os dois países durante a 3ª Reunião do Comitê Empresarial Brasil-Cazaquistão, realizada na manhã desta quinta-feira (10), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).
Presente ao plenário AJ Renner da FIERGS, no qual foi realizado o encontro, o embaixador do país asiático no Brasil, Bolat Nussupov, que se reuniu com o presidente da FIERGS, Claudio Bier, e o vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gilberto Porcello Petry, ressaltou o fato de o Cazaquistão ser uma ponte entre Europa e Ásia, e entre China, com quem faz fronteira, e União Europeia. O país cresceu 5,3% em 2023. “Muitos itens exportados da China para a Europa, passam pelo nosso país. O Brasil tem um grande potencial para explorar esta oportunidade de utilizar o Cazaquistão como intermediário do comércio entre China e Europa, já que o Brasil é um grande parceiro comercial destas duas regiões, da Ásia em geral, e o Cazaquistão pode ajudar nesta expansão”, disse o embaixador. Ele revelou que há espaço para crescer, entre outros, nos setores de energia sustentável e transporte, além de fertilizantes, indústria alimentícia e química.
O evento foi realizado pela CNI, em parceria com a FIERGS e o Centro de Indústria e Exportação do Cazaquistão (QazIndustry). O vice-presidente executivo da CNI, Gilberto Porcello Petry, representou a entidade na reunião e destacou que a relação com o Cazaquistão é inovadora, por ser um mercado novo e promissor para o Brasil e, sobretudo, o RS. “Sabemos que as relações bilaterais entre o Rio Grande do Sul e o Cazaquistão ainda são modestas em valor e concentradas em determinados produtos. Nosso intuito é fortalecer a cooperação e ampliar ainda mais as potencialidades de negócios bilaterais com o Cazaquistão”, afirmou.
O embaixador do Brasil no Cazaquistão, Marcel Biato, que participou de forma online, observou que o país asiático se trata de uma fronteira diplomática nova naquele continente, e que o Brasil se torna um interlocutor importante para novas parcerias. Lembrou de iniciativas em agricultura e produção de soja com tecnologia brasileira que já são desenvolvidas por lá. Uma das empresas brasileiras presentes em território naquele país, a WEG, de Santa Catarina, atua com projetos de energias renováveis e hidrogênio verde.