A instabilidade política, que provoca incerteza em relação à aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, abala a confiança do industrial gaúcho. O resultado é detectado no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS), divulgado nesta quarta-feira (21) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS). Na passagem de maio para junho, caiu 2,9 pontos, chegando a 52,7. “Essa queda na confiança sinaliza que os empresários têm consciência da importância das reformas para o ajuste das contas públicas e a recuperação da economia em bases sustentáveis”, explica o presidente da FIERGS, Heitor José Müller. “Mas o agravamento da crise traz de volta uma sensação pessimista”. Essa foi a terceira queda seguida e a mais intensa (-5,7 pontos acumulados) do ICEI-RS, o que o levou ao menor valor em cinco meses.
Apesar do resultado ruim em junho, os 52,7 pontos ainda revelam confiança, pois ficaram acima de 50, em uma escala de 0 a 100. Diferentemente do Índice de Condições Atuais, que se manteve em junho praticamente no mesmo nível do mês anterior: passou de 48,8 para 48,5 pontos, abaixo dos 50 que separam condições piores de melhores. A estabilidade do índice refletiu os comportamentos distintos de seus dois subcomponentes: o que analisa as condições das empresas, que cresceu de 49,2 para 50,5 pontos, e o que mede a condições da economia brasileira, cujo índice caiu de 48 para 45 pontos.
EXPECTATIVAS
Porém, é nas expectativas para os próximos seis meses que a percepção pessimista do industrial gaúcho se acentuou em junho. Com a maior queda mensal desde fevereiro de 2015, de 4,3 pontos, o Índice de Expectativas chegou a 54,8 pontos, ainda na faixa de otimismo, acima de 50, mas no menor patamar do ano. O índice associado à economia brasileira caiu 7,2 pontos, de 54,6 em maio para 47,4 em junho, voltando a revelar um sentimento negativo. As expectativas com relação ao futuro das empresas também sofreram revés: o índice recuou de 61,5 para 58,8 pontos.
Expectativa para os próximos seis meses
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MAI/2017 |
JUN/2017 |
MÉDIA HISTÓRICA |
Economia brasileira |
54,6 |
47,4 |
48,8 |
Economia do Estado |
51,4 |
47,6 |
47,7 |
Empresa |
61,5 |
58,8 |
58,6 |
Indicador varia no intervalo 0 a 100. Valores acima de 50 indicam otimismo em relação aos próximos seis meses.