Os mecanismos instituídos pela União Europeia para atingir as metas do Pacto Verde Europeu – EU Deforestation-Free Regulation (EUDR) e o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) – e os impactos que deverão provocar na relação comercial colocam setores exportadores do Rio Grande do Sul em alerta. “A Lei Antidesmatamento e o Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira, publicados recentemente pela União Europeia, trazem, por si só, elementos inéditos que precisam ser entendidos”, disse o coordenador do Conselho de Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, Aderbal Lima, durante o evento União Europeia - Novos Regulamentos Ambientais.
Segundo Lima, diversos aspectos ainda fogem do completo entendimento das empresas que exportam para a União Europeia (UE). É o caso das exigências de rastreabilidade da cadeia produtiva e as metodologias de mensuração de conteúdo de carbono, e decifrar tais regramentos ainda é uma tarefa complexa.
Para a consultora de Sustentabilidade da Klabin e diretora da FSC Internacional, Maurem Alves, que participou do painel Impactos dos Acordos no Âmbito Setorial, é preciso cobrar “clareza das regras”. Já o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, reconheceu que com a nova regulamentação será preciso elevar o patamar em termos de sustentabilidade, mas ao mesmo tempo é necessário debater com a UE e expor o que o setor faz em termos de produção com responsabilidade e sustentabilidade. O mesmo painel, que teve a moderação do coordenador do Conselho da Agroindústria (Conagro) da FIERGS, Alexandre Guerra, contou ainda com o sócio-diretor de consultoria da Cogo Inteligência em Agronegócios, Carlos Cogo; do vice-presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Ruter Disarz, e do presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtume d Brasil (CICB), José Fernando Bello.