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Encontro discute emissões atmosféricas e mudanças climáticas

Embaixador para Mudança de Clima abordou o tema na FIERGS

Representantes de indústrias, sindicatos, universidades e poder público participaram nesta quinta e sexta-feira (30), do workshop ambiental "Emissões Atmosféricas e Mudanças Climáticas. O evento, realizado pela FIERGS, por meio do Conselho de Meio Ambiente (Codema), e Ministério Público do Rio Grande do sul na sede da entidade. O encontro promoveu a troca de informações e experiências entre os diversos agentes da sociedade, públicos e privados."A promoção de debates é importante para entendermos o que está ocorrendo com a atmosfera da região metropolitana de Porto Alegre. Qual é nossa contribuição diante desses impactos e o que podemos fazer para mitigá-los. Ao mesmo tempo, queremos apresentar exemplos de caminhos possíveis para reduzir emissões de gases de efeito estufa, compensados através do plantio de árvores na Mata Atlântica", destacou o coordenador do Codema, Torvaldo Marzolla Filho.

A atuação do Ministério Público no combate à poluição foi um dos assuntos discutidos no primeiro dia do encontro. "A proteção do patrimônio público, social e do meio ambiente é uma função institucional do Ministério Público, disse o coordenador do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente, Alexandre Saltz. Ele destacou que um dos principais desafios do MP é garantir o cumprimento das leis ambientais. "A proteção do meio ambiente é constitucional. O bem ambiental é público e não admite nenhum tipo de apropriação privada", afirmou. Outra dificuldade enfrentada é a atuação contra interesses econômicos. "A atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente", justificou.

O evento teve ainda a presença do embaixador extraordinário para a Mudança de Clima, Sergio Barbosa Serra, que relatou a participação do Brasil no regime internacional de mudanças climáticas. "Avalia-se que as ações unilaterais do Brasil, China e Índia equivalem à quase a totalidade do programa voluntário norte-americano e a 40% das ações da União Européia até 2010", afirmou. De acordo com o embaixador, as mudanças drásticas nos padrões de produção e consumo de combustíveis fósseis são necessárias para mitigar substancialmente as emissões de CO2. "A adoção de alternativas àqueles combustíveis na área de geração energética e transporte é parte essencial dessa estratégia, as ações devem buscar alterar a matriz energética rumo a fontes mais limpas e renováveis de energia", disse. Ele defendeu a utilização do etanol que tem contribuído para a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. "Em 2004, estima-se que as emissões evitadas com o uso de etanol em substituição à gasolina corresponderam a 27,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente", revelou.

A rede de monitoramento de ar da Fepam; Emissões atmosféricas, dispersão e transporte; Saúde pública; Vigilância em saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos; Responsabilidade por danos ambientais e a neutralização do carbono foram outros assuntos apresentados durante o encontro.

Publicado sexta-feira, 30 de Maio de 2008 - 0h00