A equipe do Senai-RS está de malas prontas para o 41º WorldSkills, maior torneio de educação profissional e tecnológica do mundo. A competição reunirá, de 5 a 8 de outubro, em Londres, cerca de mil estudantes de cursos técnicos profissionalizantes de 50 países. Nas provas, que simulam desafios do dia a dia do trabalho em 46 ocupações, eles terão de demonstrar habilidades técnicas e pessoais para executar as tarefas dentro de padrões de qualidade e do prazo estipulado.
O grupo brasileiro terá 28 jovens estudantes, dos quais 23 são de cursos de aprendizagem e técnicos do Senai e cinco do Senac. Além de mecatrônica, que terá como representantes os gaúchos Christian Alessi e Maicon Carlos Pelissaro Pasin, eles competirão em outras 24 ocupações profissionais, como design gráfico, tecnologia da informação, robótica móvel, eletricidade predial e industrial. Duas gaúchas do Senac-RS também estarão na disputa; Daniela de Mello (cabeleireiro) e a dupla Jéssica Peyer do Amaral e Renata Araújo Machado (técnica em enfermagem).
Os competidores brasileiros passaram por um rigoroso processo de seleção, que começou com as etapas interescolares, regionais e nacional da Olimpíada do Conhecimento, torneio nacional de educação profissional realizado a cada dois anos pelo Senai. Os vencedores da Olimpíada enfrentaram ainda duas provas simuladas, uma realizada no Distrito Federal, em maio, e outra, em São Paulo, na semana passada. Conforme o expert Ademir Bassanesi, do Centro Tecnológico de Mecatrônica Senai, de Caxias do Sul, que treina a sétima equipe para o torneio, a meta este ano é o ouro. "Já fomos para o Worldskills ambicionando ficar entre os cinco melhores, e já fomos querendo medalha. Desta vez, vamos atrás do ouro", destacou ele. Os dois rapazes de 21 anos também têm esta meta. "Queremos algo inédito para a mecatrônica: o primeiro lugar", disse Maicon Pasin, que vem treinando cerca de oito horas por dia. Christian Alessi salienta que a grande dedicação deverá ser recompensada. "Vamos buscar o ouro", enfatiza.
Além, dos competidores, a delegação do Rio Grande do Sul conta com os dois intérpretes Sérgio Renato Rodrigues Machado (Mecânica de Refrigeração) e Márcio Bassoti (Eletricidade Industrial), que terão a função de traduzir as provas para os alunos. A expertise dos instrutores do Rio Grande do Sul também os conduziu ao Worldskills para observar ocupações que o Brasil ainda não participa. Igor Krakheche, competidor em Mecatrônica no ano de 2003, está embarcando com a incumbência de acompanhar a ocupação de Manufatura Integrada e adequar à competição nacional, para que na próxima edição, o Brasil tenha participantes. Com a mesma função, o expert Douglas Junior Correa de Moura irá para observar a ocupação Impressão OffSet. Já Felipe Trindade fará este trabalho para Robótica Móvel. Ele foi medalha de prata em 2007, em Mecatrônica, no Japão, e conhece bem a disputa. E Felipe Uhr que trará para o Brasil as informações relativas à Pintura Automotiva.
O expert em Eletrônica, João Olegário de Oliveira Souza, está treinando o aluno Gabriel D‘Espindula, do Paraná, em Eletrônica Industrial. João está otimista. Com sua experiência de dois torneios internacionais na bagagem, acredita que o rapaz se sairá bem. Adriano Cenci participou em 2007 como primeiro competidor do Brasil em Joalheria e voltou com um quinto lugar. Na edição seguinte ele treinou o aluno Alexandre Concari, que retornou do Canadá com a medalha de prata. Desta vez, Cenci participa como expert, treinando o aluno Rodrigo Ferreira da Silva, do Rio de Janeiro. "Ele está preparado para subir ao lugar mais alto do podium", disse. "Como instrutor do Senai espero absorver o máximo do conhecimento das pessoas envolvidas neste evento para poder repassar aos alunos, que posteriormente estarão no mercado de trabalho", concluiu.
