Os novos rumos da avicultura brasileira frente à crise internacional foram discutidos durante quatro dias em Porto Alegre. A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), a União Brasileira de Avicultura (UBA), Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef) e Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta) realizaram, o 21° Congresso Brasileiro de Avicultura e a 27ª Conferência Facta. No evento, encerrado quinta-feira, os principais gargalos do setor avícola nacional ganharam uma atenção especial. Os empresários elencaram as demandas emergenciais para evitar a perda de competitividade. Segundo o vice-presidente da FIERGS, Heitor Muller, é preciso maior agilização na liberação de crédito por parte do governo, juros compatíveis com a realidade do setor e taxas de câmbio menos voláteis.
O debate a respeito do abastecimento de milho no País foi abordado pelo coordenador da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silvio Farnese, pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein, e pelo diretor da Zanchetta Alimentos, José Carlos Zanchetta. Segundo os participantes, os estoques do cereal são suficientes para atender a demanda doméstica de 2009, com sobra que poderá ser exportada.
De acordo com os presidentes da União Brasileira de Avicultura, Ariel Mendes, e da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango, Francisco Turra, o setor precisa manter a cautela na produção avícola, para evitar futuros recuos no preço que venham comprometer a cadeia. Turra salientou a possibilidade de abertura de novos mercados para o frango nacional, destacando a recente abertura da China, que será "emblemática" para a expansão de negócios.
Já o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmouque estão sendo trabalhados na área estratégica do governo um projeto para a agricultura brasileira, que deverá ser apresentado ainda neste ano para iniciar um grande debate a respeito do setor junto ao Congresso Nacional.
No Congresso também foi assinada a carta de adesão da avicultura nacional ao Programa Mais Alimentos, do governo federal. O objetivo é dar oportunidade de financiamento, de até R$ 100 mil aos produtores, para a compra de máquinas e equipamentos destinados às instalações avícolas, com prazo de pagamento de 10 anos, carência de três e juros de 2% ao ano.
O Senai-RS, integrante do Sistema FIERGS, participou do evento com um espaço para divulgar o Programa Alimentos Seguros e o Design Higiênico. O primeiro foi desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor e seus princípios são utilizados nos processos de melhoria da qualidade em vários países. O Design Higiênico busca eliminar ou minimizar os riscos de contaminação, infecção, doenças ou danos à saúde e à integridade do consumidor. Técnicos da entidade fizeram 135 atendimentos.
