As exportações da indústria de transformação do Rio Grande do Sul apresentaram um crescimento de 21,7% em 2022 comparativamente ao ano anterior, o que representa US$ 3,05 bilhões a mais. O aumento se deve, preponderantemente, à elevação dos preços dos produtos exportados (+12,9%), que apresentaram variação acima da quantidade exportada (+7,7%). Comparando-se especificamente com o período pré-pandemia (2019), houve um crescimento de 37,4% nas vendas externas. As quantidades exportadas, de lá para cá, aumentaram em 11,3%, enquanto os preços cresceram 23%. Vale destacar que 16 dos 23 setores aumentaram as vendas externas, sendo que 20 setores superaram o nível pré-pandemia em 2022. Apenas no mês de dezembro, as exportações da indústria de transformação gaúcha somaram US$ 1,46 bilhão, alta de 2,2% frente ao mesmo mês de 2021. Os números foram divulgados nesta quinta-feira, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). “O bom resultado do ano reflete principalmente o aumento dos preços dos produtos, movimento influenciado pelo crescimento da economia mundial no ano passado. Para 2023 ainda temos algumas incertezas, em especial por conta da expectativa de desaceleração da atividade econômica global, como resposta ao aumento dos juros internacionais”, ressalta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O setor que mais se destacou, no acumulado de janeiro a dezembro de 2022 comparado ao mesmo período de 2021, foi o de Alimentos (+US$ 1,32 bilhão | +29,1%), tendo Índia (+US$ 294,7 milhões), Espanha (+US$ 272,9 milhões) e Vietnã (+US$ 46,2 milhões) como destinos com maiores aumentos no ano. A exportação de Óleo de soja em bruto, principal produto demandado pelo mercado indiano, apresentou avanço de US$ 340,9 milhões no período. Quanto às demandas de Espanha e Vietnã, o principal produto demandado ficou por conta de Farelo de soja (+US$ 168,1 milhões e +US$ 98,6 milhões, respectivamente). A explicação principal para o incremento na demanda por Farelo de soja foi estiagem que atingiu a Espanha em julho de 2022. Segundo as instituições do país essa foi a maior seca em 1.200 anos.
O setor de Tabaco apresentou incremento nominal de US$ 946,7 milhões em 2022, aumento de 78,3% em relação a 2021. Os principais embarques do setor concentraram-se na Bélgica (+US$ 294,7 milhões) e na China (+US$ 272,9 milhões). O produto mais demandado por esses parceiros comerciais foi Tabaco em folhas, incrementos de US$ 294,7 milhões e US$ 272,9 milhões, respectivamente. As quantidades exportadas pelo setor apresentaram elevação de 36,8% no período, enquanto os preços cresceram 30,5%. O incremento relativo do setor, comparando-se dezembro de 2022 com relação ao mesmo período de 2021, ficou em US$ 174,6 milhões, avanço de 174,3%.
E, por fim, o terceiro setor que mais se destacou no ano, Veículos automotores, reboques e carrocerias, apresentou incremento nominal de US$ 439,0 milhões, avanço de 65,3%. Os principais produtos demandados do setor – Automóveis (+US$ 167,7 milhões), Chassis e carrocerias para veículos automóveis (+US$ 88,3 milhões) e Autopeças (+US$ 87,9 milhões) – apresentaram Colômbia (+US$ 67,1 milhões), Argentina (+US$ 62,4 milhões) e Chile (+US$ 60,8 milhões) como destinos finais, respectivamente. A justificativa principal para o incremento anual deve-se à Colômbia e Argentina terem apresentado um mercado interno aquecido na maior parte do ano passado. As quantidades exportadas pelo setor foram as principais responsáveis pelo incremento anual, com avanço de 33,6% comparando-se com o acumulado de 2021, enquanto os preços cresceram 24,2%.
Importação - Por outro lado, o Rio Grande do Sul importou US$ 15,7 bilhões em produtos estrangeiros, isso representa um incremento de US$ 4,01 bilhões nas importações de 2022. A principal origem dos produtos importados foram: Estados Unidos (+US$ 1,15 bilhão), Argentina (+US$ 605,8 milhões) e Rússia (+US$ 508,4 milhões). Com relação aos setores, houve incremento nas importações de Extração de petróleo e gás (+US$ 1,56 bilhão), Químicos (+US$ 916,4 milhões) e Coque e derivados do petróleo e biocombustíveis (+US$ 632,4 milhões). A maior parte dos aumentos das importações está relacionada a combustíveis, Óleos brutos de petróleo (+US$ 1,48 bilhão) e Óleos combustíveis (+US$ 372,1 milhões), e a Cloreto de potássio (+US$ 404,0 milhões). Em dezembro de 2022, comparando-se com o mesmo período de 2021, verifica-se que a soma das importações chegou a US$ 1,66 bilhão, configurando avanço nominal de US$ 706,6 milhões (+73,9%).