As exportações do Rio Grande do Sul iniciaram o segundo semestre com um crescimento de 13,3% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Este desempenho, contudo, ficou 50% abaixo da média nacional. O setor industrial respondeu por 78% das vendas externas totais gaúchas, que somaram US$ 1,78 bilhão. "O aumento das exportações mostra o esforço dos industriais, que mesmo enfrentando as dificuldades do câmbio e do mercado internacional restritivo, continuam trabalhando para aumentar a inserção global", destacou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial nesta quinta-feira (11).
Quase 70% dos embarques foram de Bens Intermediários, sendo que China, Argentina e Estados Unidos receberam cerca de 40% dos produtos gaúchos. Os chineses lideraram a lista dos pedidos, principalmente de soja, trigo, tabaco, óleo de soja e cortes de galinha. A Argentina, que ocupou o segundo lugar, se destacou na compra de itens dos setores de Químicos, Veículos Automotores e Máquinas e Equipamentos.
Como terceiro principal parceiro, os Estados Unidos importam do Rio Grande do Sul, em média, US$ 1,22 bilhão por ano, a maioria de produtos dos setores de Químicos e Couro e Calçados. Os primeiros são usados como bens intermediários pelas indústrias americanas, que diante da atual crise tendem para um cenário de desaceleração econômica. O mesmo pode ocorrer em relação aos couros e calçados, uma vez que esses itens sofrem a influência da queda da renda das famílias. As perspectivas inspiram mais preocupação, de acordo com o presidente da FIERGS. "Somos o segundo Estado do Brasil com maior número de indústrias diversificadas e voltadas para as exportações", disse.
Já as importações tiveram um pequeno recuo em julho. O Estado comprou US$ 1,24 bilhão nesse período, ou seja, 0,1% a menos do que no mesmo mês do ano passado.