Resultados do primeiro trimestre foram divulgados pela FIERGS
Ao atingirem US$ 2,7 bilhões, as exportações gaúchas obtiveram um incremento de 10,6% no primeiro trimestre de 2010, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados da Balança Comercial do RS, divulgados nesta terça-feira (13), pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) revelam, todavia, uma expansão menor do que a atingida pelo País, que foi de 26%.
Este fato pode ser atribuído especialmente a dois fatores: ao embarque mais tardio da safra de soja do Estado, que ainda não ocorreu em sua totalidade, diferentemente de outras regiões do Brasil; e à menor participação de outras commodities na pauta de exportações do RS. É o caso do petróleo, do minério de ferro e do etanol, que apresentam preços e demanda internacionais mais favoráveis atualmente, mas são produtos com menor representatividade nas vendas ao Exterior do Rio Grande do Sul. "Apesar de lenta, a demanda externa mostra aquecimento, indicando uma recuperação consistente das exportações ao longo do ano no Estado", afirma o presidente da FIERGS, Paulo Tigre.
Por outro lado, a melhora do desempenho das exportações gaúchas em relação ao primeiro trimestre do ano passado está disseminada entre os segmentos industriais. Mas como a queda foi muito forte em 2009, a base de comparação é bastante deprimida, o que favorece este crescimento. O valor absoluto exportado, porém, não supera o observado em anos anteriores. O resultado do primeiro trimestre ainda está bem abaixo do atingido em 2008 (ver gráfico).
A indústria de transformação do Rio Grande do Sul respondeu por 96% do total de embarques do Estado e subiu 11% nos três primeiros meses, em relação ao mesmo período do ano anterior. Os maiores destaques positivos ficaram com os segmentos de Celulose e Papel (84%), Químico (64%), Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (31,6%) e Couro e Calçados (23%).
Os países que se apresentaram como principais destinos dos produtos gaúchos foram Argentina (55% de aumento entre janeiro e março, com participação de 12,7% do total). Os Estados Unidos, mesmo com uma queda de 8% no período, seguem em segundo, com 9,8% das compras do Rio Grande do Sul. O Paraguai cresceu 47% e é o terceiro; seguido da China, que caiu 8%.
Como mais um bom indicador do desempenho da indústria no Estado, as importações tiveram um salto forte, de 70%. "Nos três primeiros meses do ano, foram comprados mais US$ 3 bilhões, principalmente matéria-prima e bens intermediários, imprescindíveis para atender um nível de produção mais aquecido em relação ao mesmo período de 2009", conclui Tigre.
