As consequências da estiagem no Rio Grande do Sul atingiram fortemente as exportações gaúchas de maio. As vendas externas tiveram uma queda de 17,2%, em comparação com o mesmo mês de 2011, e totalizaram US$ 1,68 bilhão. As commodities agrícolas foram as principais responsáveis por este resultado negativo. Na indústria, que respondeu por 70% de tudo que o Estado embarcou, a desaceleração somou 9,6%. "Além dos efeitos da seca, também reforçaram este cenário as medidas protecionistas da Argentina e as dificuldades econômicas de importantes parceiros comerciais, como a Zona do Euro", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial, nesta quinta-feira (14).
Dos 25 setores industriais pesquisados, 13 apresentaram retração. Os mais afetados foram Couro e Calçados (-28,3%), Máquinas e Equipamentos (-25%) e Alimentos (-16%). Os três juntos somaram 31% das exportações gaúchas em maio. Os crescimentos mais significativos vieram de Derivados de Petróleo (350%) e Produtos de Metal (36,6%).
O Rio Grande do Sul foi o sexto Estado que mais exportou, representando 7% da pauta brasileira. A primeira posição ficou com São Paulo (24%), seguido por Minas Gerais (13%), Rio de Janeiro (10%), Paraná (9%) e Mato Grosso (8%).
Já as importações aumentaram 8,6% em maio e totalizaram US$ 1,54 bilhão. A elevação foi influenciada pelo avanço nas compras de bens de capital (80%), bens de consumo duráveis (53,2%) e bens intermediários (30%).
Janeiro a maio − No acumulado do ano, as exportações do Estado caíram 6,9% e totalizaram US$ 6,79 bilhões, ante o mesmo período de 2011. O desempenho foi puxado principalmente pela perda nas vendas de coque e derivados do petróleo, que desabaram 74,9%, em especial o óleo diesel enviado para o Paraguai. A retração de 28,7% de couro e calçados veio da queda nos pedidos da Alemanha. Índia e China também reduziram suas importações de óleo de soja, assim como Cuba em relação ao arroz, e impactaram na diminuição dos embarques gaúchos de produtos alimentícios (-7,4%).
Nos destinos das exportações, os dois principais compradores dos produtos gaúchos restringiram os seus pedidos nos primeiros cinco meses do ano. A China garantiu o primeiro lugar e a Argentina, o segundo, mas as suas compras foram, respectivamente, 15% e 13% menores em relação a 2011. A terceira posição ficou com os Estados Unidos, que aumentaram as importações de produtos do Rio Grande do Sul em 18% (tabaco não-manufaturado e hidrocarbonetos).