As exportações totais do Rio Grande do Sul somaram US$ 1,3 bilhão em abril, representando uma queda de 10,8% ante o mesmo mês do ano passado. O resultado é pior quando comparado com o do Brasil, que também teve contração de 3%. Um dos motivos que explica o fraco desempenho gaúcho é a queda de 30,6% nos embarques de commodities agrícolas, principalmente de soja (-36,4%) e trigo (-18,1%). "A forte estiagem deste ano faz com que as vendas internacionais do Estado fiquem bastante abaixo do resto do País. Essa diminuição da receita externa afeta toda a economia, na medida em que diminui renda das famílias, dos produtores e da agroindústria", explicou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Heitor José Müller, ao avaliar a balança comercial, nesta quarta-feira (16).
As vendas externas do setor industrial gaúcho responderam por 79,40% de tudo que o Estado embarcou em abril, totalizando US$ 1,03 bilhão, uma retração de 5,1% em relação ao mesmo período de 2011. Entre os setores com as desacelerações mais expressivas nas exportações destacaram-se Couro e Calçados (-21,1%), Borracha e Plástico (-20,7%), Alimentos (-7,9%) e Tabaco (-5,2%). Juntos, são responsáveis por 40% dos embarques industriais. Já na direção contrária, apresentaram os maiores crescimentos Químicos (14,7%) e Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (7,2%). "Se, por um lado, a recente desvalorização na taxa de câmbio aumenta a rentabilidade das exportações da indústria gaúcha, por outro, o agravamento da crise da Zona do Euro e as barreirtas argentinas podem atuar no sentido de arrefecer ainda mais a demanda externa", comentou o Industrial.
No que se refere aos destinos, os dois principais compradores dos produtos gaúchos diminuíram os seus pedidos em abril. A China garantiu o primeiro lugar e a Argentina, o segundo, mas deixaram de comprar 13% e 18% respectivamente. A terceira posição ficou com os Estados Unidos, que aumentaram as importações em 7%.
O Rio Grande do Sul foi o quinto Estado que mais exportou, somando 6,6% da pauta brasileira. A primeira posição ficou com São Paulo (20,7%), Rio de Janeiro (16,1%), Minas Gerais (13,4%), e Paraná (7,4%).
As importações totais recuaram 5,3%, totalizando US$ 1,41 bilhão. A retração foi influenciada pelas compras de bens intermediários (-25,5%) e bens de consumo duráveis (-14,9%)
Janeiro a abril
No acumulado do ano, as exportações totais caíram 2,9% e totalizaram US$ 5,1 bilhões. O desempenho só não foi pior em função dos avanços significativos nos segmentos de Tabaco (48,9%) e Máquinas e Equipamentos (25,3%).