Indústria leva posicionamento do setor para Assembléia Legislativa
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) apresentou nesta quarta-feira (31), na Assembléia Legislativa, os reflexos negativos do pacote do governo do Estado, que aumenta impostos e restringe as transferências de créditos de ICMS. O presidente da FIERGS, Paulo Tigre, e representantes de Sindicatos industriais participaram da audiência pública das comissões de Economia e Desenvolvimento e Participação Legislativa Popular, na qual manifestaram sua posição contrária às medidas. "Nós ouvimos falar em saúde, educação, segurança e infra-estrutura. Todas são importantes, mas não podemos esquecer do emprego. O emprego é prioritário, porque se não tivermos uma economia forte, o imposto pode aumentar quanto quiserem que não se chegará a lugar nenhum", advertiu o industrial, garantindo que a FIERGS é favorável a uma lei de responsabilidade fiscal que parta da redução dos gastos públicos e não da oneração da sociedade.
De acordo com Paulo Tigre, o setor industrial é parceiro do governo em ações que buscam o desenvolvimento. Um dos caminhos, segundo o presidente da FIERGS, é agregar valor ao que é produzido no Rio Grande do Sul, um Estado com perfil exportador e um forte agronegócio. "Estamos trabalhando para ter uma indústria cada vez mais sólida, competitiva e com condições de ter destaque no mundo globalizado", destacou. Também lembrou das diferentes tributações estaduais que vêm interferindo no fortalecimento econômico e social. "Nós não vivemos numa ilha. Nós vivemos num país onde temos uma guerra fiscal muito intensa. Então a nossa posição de competitividade mostra como o nosso Estado tem empreendedores, trabalhadores, gente que consegue criar, desenvolver e vender nos mercados mais diferentes do mundo".
A FIERGS fez uma análise detalhada do projeto de Lei 389/2007. O estudo mostra, por exemplo, que o aumento das alíquotas em alguns produtos coloca o Rio Grande do Sul na liderança dos mais altos impostos do Brasil: energia elétrica, telecomunicações e gasolina. Em relação à medida que transforma em lei a apropriação do ICMS por 48 meses na aquisição de bens de capital, os gaúchos também vão liderar o ranking: será o Estado do Sul do país com maior período de retenção.