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FIERGS busca alternativas para evitar aumento no custo da energia

Entidade pretende negociar com RGE manutenção de descontos

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) entende que é preciso buscar outra alternativa junto à Rio Grande Energia (RGE), que decidiu não firmar novos Contratos Complementares de Energia Emergencial Interruptível com as indústrias gaúchas. Esta modalidade permite que um consumidor industrial adquira energia da distribuidora com um valor mais baixo em horário de pico − das 18h às 21h −, ao preço de R$ 312 megawatt/hora (MW/h). A partir de agora, este desconto está suspenso para novos contratos, sendo que os antigos não serão afetados por enquanto, garante o gerente de relacionamento com o cliente da RGE, José Carlos Tadiello.

O coordenador do Grupo Temático de Energia do Conselho de Infra-Estrutura da FIERGS, Carlos Faria, explica que o setor fabril gaúcho não está preparado para uma alteração "abrupta" nos contratos, que poderá provocar um aumento imediato de custos para as indústrias. "Qualquer mudança deve ser discutida previamente e não alterada de forma impositiva", diz Faria, argumentando que as companhias já se planejaram para 2008 sem contar com este tipo de despesa extra.

No Rio Grande do Sul, este tipo de contrato beneficia cerca de 3% dos clientes do grupo A (indústria), segundo Tadiello. Ele afirma que a modalidade atinge apenas companhias que possuem geradores de energia. Na prática, estas companhias substituem a energia produzida por seus geradores pela fornecida pela RGE. Agora, para poderem voltar a operar com seus equipamentos próprios, que funcionam com motor a diesel, terão gastos extras. "Até segunda ordem, os contratos já em vigor seguem valendo", assegura Tadiello.

Por serem interruptíveis, estes contratos especiais poderão ser cancelados a qualquer momento, entendem as distribuidoras. Em São Paulo, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) decidiu começar a cobrar, já a partir de segunda-feira (dia 14) o preço cheio de R$ 800 o megawatt/hora para consumidores industriais. É mais do que o dobro dos R$ 350 MW/h contratados anteriormente. A RGE é uma das companhias distribuidoras pertencentes à CPFL. No Rio Grande do Sul, a energia regular também se aproxima dos R$ 800 MW/h. No país, as três distribuidoras da CPFL atendem a 5,2 milhões de clientes em 515 municípios em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Publicado sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008 - 0h00