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FIERGS tem posição contrária ao salário mínimo regional

Presidente Paulo Tigre afirma que setor privado não pode absorver reajuste

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS) é contrária à instituição do salário mínimo regional. Além disso, os setores econômicos privados não têm condições de absorver o reajuste em discussão. Conforme o presidente da entidade, Paulo Tigre, a medida geraria conseqüências negativas. Entre elas estão o risco da diminuição do emprego formal e a perda de competitividade do Estado diante dos demais. "Fica muito confortável para o governo aceitar o reajuste, pois o impacto não irá cair diretamente sobre o poder público. O mesmo tratamento não tem sido dado em relação à desoneração do segmento produtivo, tanto que o Simples Gaúcho nem consta na pauta das prioridades do Executivo", argumenta Tigre.

De acordo com o industrial, o Simples Gaúcho também deveria ser visto com atenção e agilidade, uma vez que beneficia principalmente as micro e pequenas empresas, que são as maiores geradoras de emprego. Dos 240 mil empreendimentos gaúchos formalmente constituídos, 94% são de microempresas, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. "É justo o trabalhador buscar melhorar a sua remuneração, desde que esteja conectada com a realidade econômica do Estado", afirma o presidente da FIERGS, destacando ainda que políticas sustentáveis devem conciliar este aumento com estabilidade de preços e dos gastos públicos.

Apesar da recuperação econômica que o Rio Grande do Sul vem apresentando em 2008, depois de um ciclo de intensas perdas, ainda não é suficiente para absorver um aumento salarial, segundo Tigre. "Assim, ao se avaliar a taxa de crescimento da economia gaúcha é preciso considerar a base extremamente deprimida sobre a qual se calculam as variações", salientou.

Para a FIERGS, os salários das categorias econômicas são e devem ser discutidos nos foros legitimamente reconhecidos, ou seja, nas negociações coletivas realizadas entre sindicatos patronais e de trabalhadores. "Desta forma, serão debatidos com profundidade e conhecimento das dificuldades ou vantagens setoriais passadas, presentes e futuras", salientou Tigre. Ele lembrou ainda que algumas categorias já estão negociando reajustes que variam de 5% a 6%.

"Esperamos que a Assembléia Legislativa seja sensível e não aprove o índice acordado entre o governo do Estado e as centrais sindicais. Inclusive estamos encaminhando um parecer técnico aos deputados estaduais sobre o impacto deste percentual", reforça Tigre.

Publicado quinta-feira, 8 de Maio de 2008 - 0h00