A necessidade de o governo do Estado, por meio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), ser mais ágil na análise de projetos e liberação de licenças que envolvam a indústria florestal foi destacada pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller: "Há dois anos não se planta um árvore no Rio Grande do Sul, precisamos pensar em alternativas urgentemente", disse ele, que participou, nesta quinta-feira da reunião do Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira da FIERGS. O encontro ocorreu durante a 4ª Feira da Floresta e a 1ª Feira de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para Marcenaria, que terminam nesta sexta-feira, no Serra Park, em Gramado.
Heitor José Müller tem a expectativa de que, com a aprovação do novo Código Florestal, que traça os limites entre a preservação de vegetação nativa e as diversas atividades econômicas e está nas mãos da presidenta Dilma Rousseff para ser sancionado, o setor possa ganhar impulso no País. O presidente da FIERGS também lembrou o trabalho realizado pelo Comitê da entidade. "Há uma união muito grande, desde aquele que planta a muda, passando pelo reflorestador ou por quem, na indústria, produz o móvel", afirmou.
Durante a reunião, o industrial abordou também alguns problemas específicos do Estado, como a dívida de mais de R$ 40 bilhões que impede maiores gastos por parte do governo. "De 27 Estados brasileiros, o Rio Grande do Sul é o que menos investe proporcionalmente", ressaltou, lembrando que isso afeta a infraestrutura e provoca sucateamento de estradas, portos e aeroportos. Outro problema destacado foi o das barreiras argentinas, que prejudicam exportadores gaúchos de móveis, calçados e máquinas, entre outros.
O encontro realizado em Gramado reuniu representantes do Comitê da Indústria de Base Florestal e Moveleira, coordenado por Luiz Attílio Troes, da indústria do setor no Estado e lideranças sindicais. O presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Leonel Menezes, recordou que a entidade trabalha por mudanças em dois itens considerados fundamentais para destravar os investimentos de grandes empresas do setor no Rio Grande do Sul: a morosidade na liberação dos licenciamentos ambientais e a restrição da compra de terras por parte de estrangeiros.
Após a reunião, Heitor José Müller percorreu as feiras e visitou os estandes de alguns expositores.