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Indústria contesta aumento de impostos

Em um encontro de quase três horas com o secretário da Fazenda, Aod Cunha, os industriais gaúchos debateram o pacote de combate ao déficit do governo do Estado na noite de terça-feira (dia 3), na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Cerca de 140 diretores da entidade e dirigentes de sindicatos apresentaram as principais conseqüências econômicas e sociais do setor fabril caso o Piratini aumente os impostos e corte os incentivos fiscais. "A questão principal não é simplesmente fortalecer a receita, e sim gastar menos", argumenta o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, explicando que as medidas para diminuir o tamanho do Estado ou garantir que as despesas sejam contidas independem da elevação de alíquotas.

O secretário Aod Cunha, acompanhado do chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, afirmou que apesar do aumento de ICMS ser o item que encontra mais resistência do setor empresarial, "será possível encontrar um ponto de convergência". De acordo com Tigre, caso a tarifa básica suba de 17% para 18%, o aumento real é de 5,8%. "Quando se fala na elevação de 25% para 30% de alguns produtos, o crescimento é muito alto, de 20%", explicou o industrial, reafirmando a posição contrária da FIERGS em relação ao crescimento tributário e lembrando que a medida já foi adotada por governos anteriores sem alcançar os resultados esperados. "As outras propostas são bem-vindas, como aquelas que dizem respeito ao cumprimento da responsabilidade fiscal estadual", disse.

"Acho que foi uma oportunidade muito rica de debater o futuro do Rio Grande do Sul. As sugestões dos industriais são várias. Algumas delas estamos acionando, como a questão de corte de gastos, controle de despesas e revisão de estruturas. Outras nós podemos incorporar e aprimorar.

Sempre há mais pelo que fazer e aqui no fórum com a FIERGS pudemos conversar com lideranças empresariais que conhecem muito sobre economia gaúcha. Foi uma oportunidade muito boa de parte a parte", salientou Aod Cunha, ao final do encontro, que também contou com a presença do secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade.

Publicado quarta-feira, 3 de Outubro de 2007 - 0h00