As Federações de Indústrias dos Estados do Rio Grande do Sul (FIERGS), de Santa Catarina (FIESC), e do Paraná (FIEP) entregaram nesta quarta-feira (3) aos parlamentares dos três Estados sugestões de emendas ao Projeto de Lei Orçamentária 2008. O montante defendido para a área de infra-estrutura de transportes é de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,073 bilhão para o Rio Grande do Sul, R$ 1,049 bilhão para Santa Catarina, e R$ 1,090 bilhão para o Paraná. As propostas foram encaminhadas aos deputados e senadores durante café da manhã na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para o segmento rodoviário as Federações sugerem emendas totalizando R$ 1,9 bilhão, dos quais R$ 773,2 milhões para o Rio Grande do Sul, R$ 457,2 milhões para Santa Catarina e R$ 708,5 milhões para o Paraná. O segundo segmento priorizado pela indústria do Sul é o ferroviário, com R$ 741 milhões, seguido pelo aeroviário (R$ 395,2 milhões) e marítimo (R$ 138,4 milhões).
O diretor da FIERGS, Frederico Gunner Dür, que representou o presidente da entidade, Paulo Tigre, ressaltou a importância da articulação regional. "O mais importante dessa reunião é o elo de ligação entre o setor industrial e o Parlamento. Precisamos unir forças", afirmou.
O presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, afirma que o investimento em infra-estrutura é pré-condição para a competitividade do setor industrial, que está gerando novos postos de trabalho. De janeiro a agosto a indústria de transformação do Sul gerou 99.488 novos empregos formais, o que representa 44,96% do total de vagas abertas no período na região. "Estamos atentos e, além de buscar a inclusão de novas verbas para infra-estrutura em 2008, também mostramos aos parlamentares que não basta incluir os recursos no orçamento, se ele for uma peça de ficção. Do Orçamento Geral da União de 2007 foram pagos até agora apenas 17,46% dos valores relativos ao Paraná, 27,3% dos relativos a Santa Catarina e 11,03% dos relativos ao Rio Grande do Sul", diz Corrêa. Para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Sul contempladas no OGU deste ano foram pagos até agora R$ 150 milhões, o que representa 22,6% do previsto.
O presidente da FIEP, Rodrigo Costa da Rocha Loures, afirmou que o Sul pode ter logística de classe mundial, mas precisa de duas a três vezes o montante de investimentos previstos no PAC. "A região já sofre com problemas como o câmbio e os tributos. Sem logística, não temos como manter a competitividade", afirmou.
A ação conjunta dos industriais e dos parlamentares do Sul tem o objetivo de buscar a contrapartida em investimentos federais na região, que tem a segunda maior economia do País, respondendo por 18,2% do Produto Interno Bruto do Brasil. O Sul também tem a segunda maior arrecadação de impostos federais do Brasil, com R$ 31,9 bilhões (11,15% do total nacional) entre janeiro e agosto, período em que foi responsável por US$ 7,8 bilhões dos US$ 27,5 bilhões de saldo positivo na balança comercial brasileira. Outro assunto na pauta da reunião foi o ressarcimento de créditos de ICMS às empresas que vendem ao exterior. Pelo perfil exportador da indústria do Sul, ela sente mais a falta da liberação dos créditos devidos. Santa Catarina acumula saldo de R$ 600 milhões, o Paraná de R$ 1 bilhão e o Rio Grande do Sul de R$ 700 milhões. O deputado paranaense Ricardo Barros defendeu o envolvimento dos governadores na solução da questão.
O deputado gaúcho Mendes Ribeiro Filho ressaltou a importância do envolvimento dos governadores para buscar soluções para os problemas da região. "Vamos marcar nova reunião para definir prioridades, junto com os governadores", afirmou. O deputado catarinense José Carlos Vieira lembrou que no próximo dia 8 haverá audiência pública sobre o Plano Plurianu(PPA) na Assembléia Legislativa, em Florianópolis. "É o momento para apresentar projetos estratégicos, pois, a ata da reunião vai balizar o trabalho do relator, que é o deputado