O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, lançou na manhã desta sexta-feira, na sede da FIERGS, o Programa Brasil Mais Produtivo. A iniciativa, uma parceria do Ministério, Senai, Apex-Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Sebrae e BNDES. O conceito do programa, com aplicação da ferramenta Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta), se baseia na redução dos sete tipos de desperdícios (superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos). No Rio Grande do Sul, a meta é alcançar 330 indústrias, sendo que 41 já estão em atendimento.
O Brasil Mais Produtivo é desenvolvido por meio de consultoria conjunta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com modificações rápidas e de baixo custo nas empresas para alcançar ganhos expressivos de produtividade por meio de técnicas de manufatura enxuta. Na prática, ao final de três meses (entre diagnóstico, planejamento, execução e resultados) é esperado que a empresa aumente em, pelo menos, 20% sua produtividade.
Podem participar indústrias de 11 a 200 funcionários dos setores de Alimentação e Bebidas, Moveleiro, Metalmecânica e Calçados e Vestuário. O total dos recursos investidos é R$ 18 mil, sendo R$ 15 mil do Programa e R$ 3 mil a contrapartida da empresa. Para a avaliação dos resultados, são utilizados quatro indicadores: - Capacidade Produtiva: o aumento da quantidade de unidades produzidas em um espaço de tempo; - Movimentação: a diferença entre o tempo de movimentação antes e depois do programa; - Qualidade: a diferença entre o retrabalho antes e depois do programa; - Retorno financeiro: a diferença entre o retorno financeiro e o que foi investido no programa.
Três indústrias apresentaram seus resultados: Transmaq, MecSul e Gedore. A primeira, com 17 funcionários, usou o programa na linha de produção do moto redutor de velocidade, onde havia problemas. “Conseguimos aumentar a produção de 10 para 16 peças por dia, reduzindo o tempo de 1h20min para terminar um moto redutor, para 28 minutos”, explicou Milena Pedroso, representante da Transmaq. A Gedore usou o programa na produção de chaves radiais aumentando sua produção de 450 peças para 556, com ganho de produtividade de 24%. A MecSul, que fabrica máquinas para indústria calçadista e de autopeças precisava de três dias para terminar um equipamento e o funcionário andava dois quilômetros. “Com a lean, passamos a produzir por conjuntos, reduzindo o tempo final para um dia e meio e a movimentação para 90 metros”, ressaltou o diretor administrativo, Vilmar Martins da Silva.
Crédito das fotos: Dudu Leal