Investidores indianos do setor de Tecnologia da Informação (TI) têm interesse no mercado brasileiro. A afirmação do cônsul Comercial da Índia no Brasil, Rajeev Kumar, foi feita na terça-feira, 15 de maio, em Porto Alegre, onde participou do "Seminário de Disseminação Tecnológica". O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), contou com o apoio do Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (Seprorgs), da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet − Regional RS (Assespro-RS) e da Associação Sul-rio-grandense de Apoio ao Desenvolvimento de Software (Softsul).
A posição geográfica do Brasil, conforme a avaliação do cônsul indiano, favorece a possibilidade de investimentos de empresas de TI de seu país. "O principal destino das exportações da Índia no setor são os Estados Unidos. O Brasil tem um fuso horário mais adaptado em comparação ao dos EUA, o que facilitaria os processos de trabalho", diz Kumar. O diplomata destaca que os US$ 15 bilhões movimentados por ano pelo setor de software no Brasil também são bastante atraentes para os médios e grandes empresários indianos.
A Índia é hoje a segunda maior potência mundial em exportação de softwares − o ranking é liderado pelos EUA. Os serviços e produtos de tecnologia da informação representam, segundo Kumar, entre 60% e 70% das exportações do país. Do total exportado em tecnologia da informação, 70% seguem para os Estados Unidos e 25% para países da Europa. "Atualmente, o setor exporta US$ 20 bilhões por ano. Até 2010, deve atingir US$ 50 bilhões e US$ 100 bilhões de movimentação total no mercado", diz o cônsul. O segmento gera 1,6 milhão de vagas de empregos na Índia, contribuindo em até 8% para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Um dos desafios, segundo Kumar, é conquistar espaço em novos mercados. O Brasil, por exemplo.
O presidente do Seprorgs, Renato Turk Faria, lembra uma das vantagem dos empresários indianos sobre seus colegas brasileiros: os impostos. "No Brasil, temos mais de 30 impostos que recaem sobre as empresas de tecnologia da informação. Na Índia, são somente dois", afirma. Nos cálculos de Faria, o setor, no Brasil, deixa cerca de 40% do faturamento para o fisco. Além do custo financeiro da tributação, Faria ressalta o custo operacional dos impostos. "Para realizar um negócio com o Estado, é exigida uma certidão negativa de débito. O documento é expedido pelo próprio Estado para posteriormente ser entregue ao Estado", diz.