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O Índice de Desempenho Industrial (IDI), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta segunda-feira (14), desacelerou em outubro. Mesmo assim, registrou o sexto crescimento consecutivo: 1% em relação a setembro, feito o ajuste sazonal. Foi a menor taxa desse período, que acumula alta de 31,2%, perdendo força no intenso ritmo de expansão que seguiu à fase mais aguda da crise. O resultado revela que a atividade industrial do RS praticamente recupera o nível de fevereiro, antes da pandemia, faltando somente 0,4%. “Há uma acomodação natural do nível de atividade em outubro, na medida em que a base de comparação, após cinco meses de alta intensa, se aproxima do nível anterior ao da pandemia e os efeitos da normalização das atividades econômicas se dissipam”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, ressaltando também os impactos da falta e da forte elevação dos insumos e matérias-primas e da redução do auxílio emergencial.

Porém, segundo o presidente da FIERGS, os juros baixos, o aumento do emprego, a elevada confiança empresarial e os baixos níveis de estoques são principais fatores que sustentam a perspectiva de manutenção do processo de recuperação. Mas existem obstáculos, como os patamares ainda elevados de desemprego e de incerteza, principalmente, sobre o auxílio emergencial, a evolução da pandemia e as condições fiscais do país. Para a indústria, há preocupação ainda com a escassez dos insumos e das matérias-primas, que deve se estender ao primeiro semestre de 2021.

Considerando os componentes, os resultados do IDI-RS de outubro foram distintos. Caíram as compras industriais (-6,6%), as horas trabalhadas na produção (-2,7%) e o faturamento real (-1,4%). Já a utilização da capacidade instalada-UCI, com mais de 2,4 pontos percentuais de aumento, atingiu 81,7%, enquanto o emprego (1%), na quinta alta seguida, e a massa salarial real (0,4%), cresceram em outubro relativamente a setembro.

Na comparação anual com outubro de 2019, os dois dias úteis a menos no mês em 2020 impediram a atividade industrial de registrar a segunda alta consecutiva: o IDI-RS caiu 0,2%, a nona taxa negativa do ano. Com o resultado, a queda acumulada em 2020 manteve a tendência de desaceleração, ficando em -7,6% (chegou a -11% em maio) em relação ao período de janeiro a outubro do ano passado.

ACUMULADO
Já no acumulado do ano encerrado em outubro, todos os indicadores recuaram na comparação com o mesmo período de 2019: compras industriais 11,2%; horas trabalhadas na produção, 8,4%; faturamento real, 7,3%; emprego, 2,5%, e massa salarial real, 9,8%. A capacidade instalada retraiu seis pontos percentuais, registrando uma média anual de 76,3%.

Apenas cinco dos 16 setores pesquisados aumentaram o nível de atividade no período, com destaque para Alimentos, 3,9%, Produtos de metal, 4%, e Bebidas, 2,3%. As quedas mais importantes vieram de Veículos Automotores, -20,1%, Couros e calçados, -22,1%, e Máquinas e equipamentos, -5,5%.

Publicado segunda-feira, 14 de Dezembro de 2020 - 17h17