Boas ideias têm capacidade de mobilizar. Foi isso que estudantes da Escola Estadual de Ensino Médio Fernando Ferrari, de Campo Bom, conseguiram com o projeto vencedor da grande final do HackaTchê, desafio de inovação da rede estadual do Rio Grande do Sul realizado durante o South Summit, em março deste ano. O grupo chamou atenção das áreas de Saúde Mental e de Serviços Digitais do Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) durante o evento, ao apresentar uma plataforma digital em que alunos poderiam expressar problemas emocionais e receber atendimento de especialistas. Para contribuir no desenvolvimento do projeto, o Sesi-RS fez mentorias com os estudantes para debater sobre emoções e também auxiliou na parte técnica de criação de um aplicativo. Nesta sexta-feira (10), os jovens e o time do Sesi tiveram um último encontro para fazer um fechamento do trabalho. A atividade ocorreu no laboratório de informática da Escola Fernando Ferrari.
“É uma alegria para nós poder contribuir com mentorias a este projeto que está muito alinhado ao propósito educacional do Sesi-RS, de promover a aprendizagem a partir da solução de problemas do dia a dia”, afirma o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.
A diretora da Escola Fernando Ferrari, Maristela Brentano, afirma que por ser uma instituição de tempo integral, é muito importante trabalhar o equilíbrio emocional. “É fundamental aprender a lidar com as emoções. Como os alunos ficam o dia todo na escola, isso é ainda mais importante. Isso porque é muito tempo que eles estão conosco diariamente, precisamos trabalhar essas questões. A ajuda do Sesi foi importante porque mostra que parcerias são possíveis. A escola pública tem de se conectar com mundo, e foi isso que aconteceu. Além disso, o Sesi traz um expertise no assunto, aprimorando o trabalho dos alunos e dando perspectivas”, avalia Maristela.
Os gêmeos Arthur e Enzo de Lima, ambos de 17 anos e estudantes do segundo ano, reforçam a percepção da diretora sobre debater saúde mental no ambiente estudantil. “No ensino médio, com a transição para a vida adulta, aumenta a pressão. É importante ter apoio na escola, que é nossa segunda casa. Foi por isso que pensamos nesse projeto”, argumenta Enzo. “Vencer o HackaTchê mostrou que não somos só nós que pensamos essas questões. As conversas com o pessoal do Sesi nos ajudaram a aprimorar o projeto. As psicólogas trouxeram dados, comprovaram como é importante tomar cuidado com esse assunto. Já o pessoal da tecnologia do Sesi demonstrou engajamento de como aquilo era importante para eles”, complementa Arthur.