Trabalhando juntos, em diferentes frentes, um grupo de alunos do Ensino Médio da Escola Sesi Heitor José Müller, de Montenegro, conquistou um objetivo em comum: a premiação em uma competição internacional de robótica. O feito foi protagonizado pela Equipe MonT, que levou o Prêmio Quality Award no Festival Sesi de Robótica Off-Season Brasil 2023, ocorrido no Rio de Janeiro entre os dias de 2 e 5 de agosto. Para além da honraria, fica o aprendizado do trabalho coletivo que possibilitou o êxito na competição. Bem como a criação de um legado deixado aos estudantes da escola. “Brinco com minha esposa que nos filmes tem o pessoal que pratica esporte e são admirados. Os atletas da nossa escola são o pessoal da robótica. Os estudantes admiram eles, querem conversar”, destaca o diretor João Cunha, que complementa: “Outra questão bacana é que eles fazem tudo, da parte elétrica ao marketing, comunicação, gestão e até apresentar o projeto a empresas. Alunos que são da equipe e não necessariamente sabem tudo de robótica, ajudam em outras frentes”.
A equipe MonT é composta por oito integrantes. Para o evento na capital carioca, eles contaram com a companhia do professor de matemática e técnico da equipe Otoniel Felipe da Silva e da vice-diretora Livia Maria Rosa Nunes. Ganhar na estreia em uma competição de categoria FRC (First Robotics Competition, que prevê máquinas de porte industrial com até 54 quilos) foi resultado de empenho e trabalho em grupo. “As apresentações são feitas em conjunto. Então, o pessoal, tanto da comunicação quanto os mais diretamente ligados ao robô, falam aos jurados juntos. Por isso, eles têm de saber um pouco de cada área e trabalhar nessas outras frentes também. Assim, desenvolvem criatividade e liderança”, avalia o técnico da equipe.
A aluna do terceiro ano Rafaela Rosa Tochetto corrobora com o que diz o professor. Responsável pela parte de negócios, ela fez contatos e negociou com patrocinadores. “Foi muito bom porque a gente conseguia fazer reuniões semanais para situar cada uma das pessoas, cada uma das partes da equipe sobre o que estava acontecendo em outras áreas. Quem era do robô, por exemplo, precisava falar comigo para pedir peças. Então, eles me diziam: ‘ah, eu preciso de tal parafuso’. E eu falava com alguns dos patrocinadores se a gente conseguia alguma dessas coisas”, explica. Os demais integrantes da equipe são Arieli Martins do Nascimento, Arthur Machado de Azevedo, Bernardo Kronbauer, Felipe Tonelo de Pierri, Lavínia Gehrke da Silva, Micaela Meireles Barreto e Otávio Finger.
A equipe MonT segue com a mesma formação até o fim de 2023 e ainda deve participar de algumas mostras. Para 2024, outros estudantes assumem as vagas dos alunos formados que deixarão a escola.
Competição por conhecimento?
A equipe MonT cumpriu outras etapas antes de chegar ao Festival Internacional Sesi de Robótica. A classificação deu-se após a participação no Festival Sesi de Robótica, que ocorreu em Brasília, em março deste ano. Desde então, o robô criado pelos estudantes gaúchos, chamado Everest, passou por melhorias para executar as tarefas da competição. Foram avaliadas questões como modelagem, construção e programação das máquinas, além de gestão financeira, marketing das equipes e projetos sociais para difundir ciência e tecnologia.
O festival reuniu 800 estudantes de 23 Estados, do Distrito Federal e da Colômbia na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, com competições nas categorias de FIRST® Tech Challenge (FTC), FIRST® Robotics Competition (FRC) e F1 in Schools. Além da equipe de Montenegro, participaram estudantes do Sesi-RS das escolas de Gravataí, São Leopoldo e Pelotas.