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Expectativa da indústria é a melhora do mercado interno

A indústria do Rio Grande do Sul projeta uma melhora do mercado interno e aposta no aumento da demanda, produção e vendas neste ano, demonstrando "otimismo" em relação ao cenário de 2006, apesar da perspectiva de redução dos investimentos privados no Estado em 2007. Esta é a principal conclusão do Panorama da Indústria, pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul com uma amostra de 117 empresas que detém um faturamento de R$ 32,5 bilhões e empregam pouco mais de 75.818 trabalhadores. O trabalho foi divulgado nesta quinta-feira (4) pelo presidente da FIERGS, Paulo Tigre.

Os investimentos previstos para 2007 são da ordem de R$ 1,04 bilhão, 11,7% menos do que os realizados no ano passado. Destes recursos, 48% das indústrias pretendem investir principalmente em máquinas e equipamentos, 15% em obras e ampliações e 10,5% em pesquisa e inovação. Apesar da menor projeção de investimentos para o ano que se inicia, o aumento da demanda no mercado interno, a necessidade de melhor se posicionar frente aos concorrentes e também de ampliar a escala de produção para reduzir custos são os principais motivos apontados pelos empresários. "Mesmo com as dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor nos dois últimos anos, a indústria precisa continuar a investir para fazer frente a um cenário de maior concorrência", afirma Tigre.

A perspectiva de um cenário econômico interno mais favorável em 2007, além da retomada das reformas estruturais no âmbito nacional (ambos em 49,11% das respostas) e um impacto mais favorável do câmbio (41,96%) são os fatores positivos mais lembrados na pesquisa. O cenário econômico internacional continua positivo na perspectiva dos empresários, tendo inclusive aumentado a sua importância relativamente aos resultados do ano passado. Da mesma forma, citam a necessidade de uma maior alocação de investimentos em infra-estrutura e também de uma política industrial do governo. Por outro lado, as principais ameaças para 2007 continuam sendo a carga tributária (para 60% dos pesquisados), o comportamento do câmbio (53%) e o preço da matéria-prima (40%). O empresário gaúcho também cita a ausência de uma política de apoio para exportação (39,2%) como uma importante ameaça aos negócios.

A pesquisa revela que as indústrias no Rio Grande do Sul planejam algumas ações estratégicas para o ano de 2007. Nesse caso, a mais citada foi a redução de custos (65,8%), seguida da ampliação das vendas para o mercado interno (56,2%) e o desenvolvimento de novos produtos (50%). Apesar disso, as perspectivas são de manutenção da margem de lucro, devido principalmente à estabilidade nos custos de produção. "A pesquisa revela que o setor está em processo de reestruturação, mas a ausência de uma política de incentivo às exportações e os baixos investimentos feitos em infra-estrutura devem limitar os resultados", conclui Tigre.

Publicado quinta-feira, 4 de Janeiro de 2007 - 0h00