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FIERGS reúne Bancada Federal para debater impactos da redução da jornada de trabalho

Os impactos negativos da proposta de redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, do ponto de vista econômico e social, foram apresentados ontem (11) pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, para a Bancada Federal gaúcha, durante encontro em Brasília, que contou com a participação da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio).

"Alertamos aos parlamentares que essa matéria é uma ameaça à geração de empregos e um estímulo à informalidade trabalhista na economia nacional", afirmou Tigre. A Proposta de Emenda à Constituição − PEC 231/95 prevê, além da diminuição da jornada de trabalho, o aumento da hora extra de 50% para 75%. A PEC terá que ser votada na Câmara Federal e no Senado. A comitiva da FIERGS contou com a presença de diretores da entidade e representantes de sindicatos patronais.

O industrial lembra que a Constituição Federal de 1988 reduziu o período de trabalho de 48 para 44 horas com o objetivo de ampliar o número de trabalhadores contratados pelas empresas. Na prática, salientou Tigre, não foi o que aconteceu no Brasil: A taxa de desemprego passou de 8,7%, em 1989, para 17,2%, em 2005. "Na atual proposta, esperamos dos parlamentares uma análise responsável do projeto, a fim de não provocar a queda da competitividade do Estado e do País, e de não prejudicar a geração de emprego e renda para a sociedade", disse Tigre.

Entre os dados e as avaliações apresentados no encontro está a atual situação dos países que optaram por este modelo para estimular o aumento das contratações. Alemanha e França, por exemplo, passaram de 40 horas semanais para 35, entre as décadas de 80 e 90, e os resultados foram a elevação, em 2007, das taxas de desemprego. No primeiro caso pularam de 2,2%, antes da mudança, para 8,7%, após a diminuição. No segundo, o percentual subiu de 4,8% para 8,6%. A Espanha é outra nação que não conseguiu alcançar seus objetivos, e viu aumentar expressivamente o número de desempregados, de 8,2% para 17,6%.

Publicado quarta-feira, 12 de Agosto de 2009 - 0h00