Você está aqui

Alternativas aos bancos tradicionais na oferta de crédito e outros serviços financeiros, as fintechs vêm se consolidando no Brasil. Hoje, o País tem a maior concentração de empresas dessa modalidade da América Latina, com 485 instituições em funcionamento – em 2015, eram apenas 54, segundo dados da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs). Trata-se de um mercado promissor que poderá movimentar US$ 24 bilhões nos próximos anos. Para debater o tema e aproximar os industriais dessa modalidade de crédito, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RS), realizou o seminário Fintechs: Oportunidade de Crédito para as Indústrias, nesta quarta-feira (3), na sede da entidade. "Atualmente, um dos principais desafios para as indústrias é o acesso ao crédito. Por isso, convidamos os representantes das fintechs para mostrar as oportunidades alternativas que elas têm a oferecer, especialmente para pequenas empresas e startups", afirmou o coordenador do Conselho da Pequena e Média Indústria (Copemi), Marlos Schmidt, na abertura do evento.

O diretor da ABFintechs, Paulo Deitos, falou sobre os serviços de tecnologia financeira oferecidos, que vão além do crédito e incluem meios de pagamentos, gestão financeira, investimentos, funding, seguros, negociação de dívidas, criptomoedas, antecipação de recebíveis, câmbio e multisserviços. “No Brasil, o meio de pagamento é o setor mais disseminado, por conta do grande índice de população desbancarizada, mas queremos estimular o aumento de outros negócios, inclusive, entre fintechs”, informa Deitos. 

Uma das empresas que já são tomadoras de crédito é a fabricante de software Inventsys, de Porto Alegre. O CEO da empresa, Mário Verdi, esteve no evento para compartilhar sua experiência. “Antes, nós buscávamos os bancos tradicionais, mas, por sermos uma startup, não tínhamos todas as garantias exigidas. Por meio do Linkedin, tive contato com uma dessas financiadoras digitais, todo o contato foi feito online, e tive o meu crédito aprovado em três oportunidades. Muitas vezes, os métodos de avaliação de crédito dos bancos tradicionais não estão alinhados aos modelos de empresa de hoje”, relata Verdi. A partir do crédito obtido, a Invetys iniciou a exportação de seu software para a Suíça. Os empresários participantes do seminário puderam tirar suas dúvidas com representantes de fintechs brasileiras.

Publicado quinta-feira, 4 de Abril de 2019 - 10h10