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Para FIERGS, Brasil moderno não passa pela redução da jornada de trabalho

A posição da indústria gaúcha em relação à redução da jornada de trabalho foi levada à Câmara dos Deputados pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, na última terça-feira (25), em Brasília. "Queremos um Brasil mais moderno, que gere empregos e empregos com mais qualidade. Esse Brasil moderno não passa pela redução da jornada de trabalho, mas sim por reformas importantes, como a tributária", afirmou o industrial em seu discurso na tribuna do Plenário Ulysses Guimarães, onde se reuniram empregadores e empregados.

Como um dos oradores dentre as lideranças empresariais, Tigre ressaltou que o País não pode perder competitividade diante de seus concorrentes internacionais. Citou que o Brasil é um dos poucos que tributa bens de capital, por exemplo. "Todos sabemos que não se compram máquinas para colocar na sala de visitas, mas sim para aumentar a produção nas fábricas. Com o aumento do volume produzido, vêm os empregos, a renda e o desenvolvimento", disse.

De acordo com o industrial, empresários e trabalhadores precisam se unir para construir um país com melhores condições de competição no mercado externo. "O que devemos analisar no que tange à competitividade internacional são as vantagens e desvantagens comparativas que o Brasil tem. Há problemas nos custos tributários, nos custos de logística, no custo burocrático e no custo da máquina estatal", argumentou Tigre, salientando que o "Custo Brasil" impacta diretamente a performance do setor produtivo. "Com a redução da jornada, aumentando os custos de produção, vamos exportar empregos, que serão gerados nos nossos concorrentes", alertou o industrial. "A sugestão de limitar de forma impositiva os turnos de trabalho é, na verdade, a proposta da jornada do desemprego no Brasil", concluiu.

O debate público sobre a Proposta de Emenda à Constituição 231/95, que obriga a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e o aumento do valor da hora extra de 50% para 75%, foi coordenado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer. Os pronunciamentos incluíram os presidentes das entidades nacionais, como o deputado federal Armando Monteiro Neto que preside a CNI, e das Centrais Sindicais. Ao todo, foram 30 oradores.

Publicado Terça-feira, 25 de Agosto de 2009 - 0h00