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O 35º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA 2017) finalizou sua programação com números e percepções otimistas. O futuro das relações comerciais entre as indústrias dos dois países foi projetado a partir do protagonismo de Brasil e Alemanha em seus blocos econômicos, Mercosul e União Europeia, respectivamente. Ao final dos três dias de evento, que mobilizou o recorde de mais de 2,6 mil participantes, no Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre, o recado dos líderes empresariais e representantes dos governos brasileiro e alemão foi um consenso sobre a necessidade imediata de desburocratizar e facilitar a realização de negócios.


Nesse aspecto, por exemplo, foi bastante debatido o formato de como cada país estrutura seu sistema de tributação e a necessidade de evitar a dupla cobrança para exportações e importações. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias da Alemanha (BDI), é preciso avançar em uma convenção para evitar esse problema e aumentar a segurança jurídica para ambos os lados. Os dois países já tiveram um acordo deste tipo até 2005, mas o acerto perdeu a validade a pedido do governo alemão.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, fez questão de destacar como foram eficientes as inúmeras reuniões de aproximação entre indústrias e seu diversos segmentos de atividades, tais como máquinas e equipamentos, couro e calçados, alimentos e bebidas, tecnologia da informação, petroquímica e energias renováveis. “Enaltecemos os participantes que aqui estiveram nos fóruns temáticos, na área de exposição e nas rodadas de negócios”, disse. Ele mencionou que, encerrado o encontro, “novos tempos virão para mostrar que as nações, mesmo distantes geograficamente, podem estar integradas em busca de um futuro melhor para todos”.

O EEBA é um evento anual organizado pelas duas entidades alternando a cidade sede. A FIERGS e o seu Centro Internacional de Negócios (CIN-RS) trabalharam para alcançar os resultados. Localmente, o evento contou com a parceria da ApexBrasil, do governo do Estado do Rio Grande do Sul, da prefeitura municipal de Porto Alegre e com os apoios do Sebrae/RS e da Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre (AHK-RS). A mostra de produtos ocupou quase a totalidade dos 14 mil metros quadrados do Centro de Eventos da FIERGS. Foram cem empresas expositoras, sendo 80 brasileiras e 20 alemãs.

Em 2018, será a vez da cidade de Colonia, na Alemanha receber o Encontro. A embaixadora para Assuntos Econômicos da cidade, Hildegard Stausberg, oficialmente apresentou as potencialidades locais: cidade de mais de 1 milhão de habitantes e sede de várias empresas multinacionais alemãs.

Em seu pronunciamento final, o vice-ministro do Ministério de Assuntos Econômicos e Energia da Alemanha, Mathias Maching, fez menção à receptividade que percebeu por parte de muitos industriais para entender e aderir ao conceito de Indústria 4.0. “Investir é o caminho, porém é preciso investir em capacitação igualmente como em tecnologia. Áreas como infraestrutura e energia, especialmente eólica e fotovoltaica podem ser vetores de crescimento acelerado”, comentou. O presidente para a América Latina da Federação das Indústrias Alemãs (BDI), Andreas Renschler, lembrou que os temas bilaterais demandam constante debate e, para o próximo EEBA, questões do meio ambiente deverão ser priorizadas.

RODADAS DE NEGÓCIOS
Especificamente nas rodadas de negócios, os resultados contabilizaram 225 reuniões com 40 empresas alemãs e 110 brasileiras. A projeção é de US$ 6,5 milhões no curto prazo e mais de US$ 40 milhões em expectativa para os próximos 12 meses. Essa parte do EEBA foi uma parceria com a Rede Enterprise Europe Network (EEN), coordenada pela Comissão Europeia, e tem apoio da Apex-Brasil.

Com a coordenação do governo do Estado, por meio do InvestRS, também foram demonstradas informações a dados econômicos para análises que são relevantes aos interesses de atração de investimentos estrangeiros.

O EEBA 2017 teve os patrocínios de Commerzbank, Fraport, Gerdau, Stihl, Ibravin e Wines From Brazil, Banco do Brasil, Bayer e Badesul.


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Confraternização aproxima FIERGS e empresários alemães
Tributação e burocracia são os principais entraves para o comércio entre Brasil e Alemanha
Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS oferecem oportunidades no EEBA
 

Vídeos:
- Painel Econômico e Comercial
- Eficiência Energética e Energias Renováveis
- Sesi, Senai e IEL no EEBA
- Resultados EEBA 2017
 

Publicado Terça-feira, 14 de Novembro de 2017 - 17h17