Passados 60 dias do 3º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo, os empresários apresentaram ao governo federal, na sexta-feira (23), um plano de ação para a agenda da inovação no Brasil. Essa é uma iniciativa empresarial e está no centro da estratégia de competitividade e de crescimento do País.
A proposta entregue pelo presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva é o fortalecimento da Iniciativa Nacional pela Inovação (INI), envolvendo o setor público e privado. A INI funcionaria nos moldes do bem-sucedido Programa Brasileiro da Qualidade de Produtividade (PBQP), criado em 1990 para auxiliar as empresas a melhorar os padrões de qualidade de produtos e serviços e aumentar a competitividade internacional. O presidente da FIERGS e vice-presidente da CNI, Paulo Tigre, participou do encontro que contou com 30 líderes empresariais.
A indústria brasileira se comprometeu em alcançar uma meta: dobrar, nos próximos quatro anos, o número de empresas inovadoras. A inovação é, atualmente, praticada por cerca de 30 mil empreendimentos instalados no Brasil, a maioria do segmento industrial. A meta, portanto, é de terminar o ano de 2013 com 60 mil empresas que inovam em produtos e processos. O que significa que, a cada ano, 7.500 empresas precisam iniciar a gestão da inovação.
Essa meta só poderá ser atingida a partir da parceria entres os setores público e privado. O governo deve, de um lado, melhorar os instrumentos de apoio. Do outro, as empresas que já inovam devem aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento; as que ainda não o fazem terão as condições para começar seus projetos. A Iniciativa Nacional pela Inovação teria uma estrutura com ações específicas de coordenação, articulação, mobilização, capacitação e comunicação. Essas estruturas teriam metas e responsabilidades individuais.
Em uma economia que investe pouco em inovação, a concorrência com produtos importados e a capacidade de competir no exterior ficam prejudicadas. Segundo dados de 2006 do Ministério de Ciência e Tecnologia, o Brasil investe anualmente em inovação 1% do Produto Nacional Bruto (PNB), somados os gastos públicos e privados. Países desenvolvidos como o Japão (3,17%), os Estados Unidos (2,61%) e a Alemanha (2,47%) investem duas, até três vezes mais. Concorrentes diretos, como China e Rússia, também aplicam mais recursos em inovação do que o Brasil: 1,36% e 1,38%, respectivamente.
Governo aprova grupo executivo - O governo federal vai montar um grupo executivo para melhorar os instrumentos de apoio à inovação e, com isso, ajudar as empresas privadas a aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A informação foi dada hoje pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, e pelo secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Luiz Antônio Elias, em Brasília, após reunião de empresários com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O grupo executivo será ligado aos ministérios envolvidos com a inovação e também às associações empresariais que representam os diversos setores industriais. A meta é dobrar, em quatro anos, o número de empresas que investem em inovação no Brasil. Hoje são cerca de 30 mil empresas. Industriais e governo concordaram no objetivo de inserir na agenda da inovação outras 30 mil empresas, de todos os portes, até o final de 2013.