Os países árabes formam um mercado que gera US$ 2,9 trilhões de Produto Interno Bruto, crescem em média 2,74% ao ano e têm interesse em ampliar suas relações comerciais com o Brasil. Com esse objetivo, 17 embaixadores daquela região estiveram na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quinta-feira. "Estamos aqui por considerarmos importante o desenvolvimento econômico gaúcho. Queremos ampliar a integração, numa via de mão dupla", afirmou na abertura do evento o decano do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, o palestino Ibrahim Alzeben.
O encontro, denominado Como Negociar com Países Árabes − Oportunidades de Comércio, Investimento e Turismo, reuniu diplomatas e industriais gaúchos para tratar de negócios e parcerias. "Dispomos de um dos mais diversificados parques industriais do Brasil. Na história econômica rio-grandense, começamos pela agroindústria, e hoje também fabricamos itens de microeletrônica, ou seja, produzimos uma linha de produtos que vai do charque ao chip", destacou o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, na abertura do evento. Em 2012, 7,8% das exportações gaúchas foram para o bloco, totalizando US$ 1,35 bilhão. Os produtos embarcados se concentraram em carnes (51,29%), trigo (22,68%), tabaco (8%) e automóveis (3%).
O diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Michel Alaby, salientou que há muitas possibilidades de intercâmbio de negócios entre as nações árabes e o Rio Grande do Sul, principalmente nas áreas de metalurgia, petroquímica, cosmético, móveis e autopeças. Também reforçou que as empresas gaúchas têm boas oportunidades de exportação no setor de alimentos. "Nossos interesses vão do charque ao chip", disse, referindo-se ao discurso do presidente da FIERGS.
Alaby também falou sobre o trabalho da Câmara de Comércio Árabe. "Há 60 anos no Brasil, trabalhamos para remover barreiras que dificultem as ações entre empresários dos dois lados. Já estão presentes na árabia diversas indústrias gaúchas, entre elas, Tramontina, Marcopolo, Randon, Grandene, Via Uno e Dumond", relatou. Apresentou ainda números que mostram o potencial econômico da região árabe e que superam países como França, Reino Unido, Canadá, Itália, Índia e Rússia.
As trocas comerciais entre o Brasil e o mundo árabe cresceram 139% entre 2005 e 2011, alcançando aproximadamente US$ 26 bilhões. No primeiro bimestre de 2013, o intercâmbio comercial continuou a dar sinais de vitalidade, registrando um avanço de 12,5%. O saldo da balança comercial totalizou, nesse período, superávit de US$ 750 milhões.