Programa que utiliza alimentos de baixo custo é levado pelo Sesi ao Uruguai
Montevidéu - Depois do Brasil, agora é a população uruguaia que conhece os segredos da preparação e do consumo de alimentos baseados na nutrição e utilização dos recursos naturais de baixo custo. O método do Cozinha Brasil, criado pelo Departamento Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi), foi levado ao país vizinho pelo
Departamento Regional do Rio Grande do Sul.
O lançamento do Cocina Uruguay foi na tarde desta segunda-feira (dia 5), em Montevidéu, justamente no Mercado Agrícola da cidade, pelo qual passa a maior parte das frutas, verduras e legumes que chegam aos consumidores. Agora, o programa deve continuar a expansão para outros países da América Latina, como Paraguai, Colômbia e Panamá. "A escolha do Sesi do Rio Grande do Sul para levar o método às nações vizinhas deve-se ao fato de termos uma cultura e até alguns hábitos alimentares semelhantes a estes países", afirmou o presidente da FIERGS, Paulo Tigre, em Montevidéu.
Depois da América Latina, o Cozinha Brasil deve avançar rumo à América do Norte e também cruzar o Atlântico. "Este programa tem tudo para ajudar o continente africano e também a questão da obesidade entre os norte-americanos, que já fizeram contato conosco", disse o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli.
A versão hermana do programa precisou de adaptações. "Os hábitos alimentares são diferentes. Por isto, as receitas também. No Uruguai, o aipim, o maracujá e o feijão preto praticamente não existem. No Brasil, rendem dezenas de opções", comentou Rosângela Lengler, nutricionista e coordenadora do Cozinha Brasil no Rio Grande do Sul, que foi a responsável pela primeira experiência internacional do programa.
O Cocina Uruguay deve percorrer 18 bairros de Montevidéu, para em seguida chegar a municípios vizinhos. Cada curso terá 35 alunos, com 10 horas de aula. "Além da fome e da miséria, o programa ensina a combater a má alimentação. Temos percebido um índice elevado de crianças com estatura abaixo da média. Isto é resultado da falta de hábitos nutricionais saudáveis", observou o diretor do Departamento de Desenvolvimento Social da prefeitura de Montevidéu, Félix González.