Otimismo. Esse é o sentimento da delegação brasileira com as primeiras provas realizadas nos dois primeiros dias na WorldSkills, a maior competição de educação profissional do planeta, realizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. A avaliação dos competidores é que, apesar de alguns percalços surgidos, foi possível cumprir o planejamento e atingir parte da pontuação que poderá garantir uma medalha no torneio, que reúne mais de 1.200 estudantes e jovens profissionais em desafios que simulam o dia a dia das carreiras técnicas.
O gaúcho Andrei Pavan Chiesa, 18 anos, também demonstrava tranquilidade após mais um dia inteiro de provas na modalidade Joalheria na WorldSkills. Além de tudo, ele recebeu pessoalmente, o incentivo do atual medalhista de ouro da ocupação, Leonardo Rodrigues, 22 anos, campeão na última edição do torneio. Ele está em Abu Dhabi a convite da organização para participar do International TVET Youth Forum, conferência que discutiu temas relativos ao futuro da juventude. Leo foi até o posto de trabalho de Andrei, que ele ajudou a preparar para esta competição.
“A emoção de presenciar a competição novamente após dois anos é indescritível. Eu sei o que ele está passando, as emoções que ele está sentindo e eu sei como ele foi preparado", explica Leo Rodrigues. No encontro entre os dois, o atual competidor relatou o nervosismo das primeiras horas de prova – de fazer tremer a mão – e da surpresa de perceber que os competidores da China e de Taiwan, países que não costumavam ter tradição na área na competição, chegaram com força a Abu Dhabi. Andrei diz, porém, que, neste segundo dia, adaptou-se ao desafio e confia em um bom resultado. “No primeiro dia, logo que começou a prova, fiquei bem nervoso. Mas hoje estou bem mais tranquilo, consegui fazer tudo sem tremer”, relata ele.
O presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, esteve em visita oficial à área de competições montada no Centro Nacional de Exposições de Abu Dhabi (Adnec), situado no centro da capital dos Emirados Árabes Unidos. Ele acompanhou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, juntamente com outros presidentes de federações de indústrias. Eles conheceram a estrutura montada para as provas e puderam ver em ação alguns dos competidores – tudo à distância para evitar tirar o foco dos brasileiros. Durante o trajeto, o presidente da CNI foi recepcionado pelo diretor-executivo da WorldSkills International, David Hoey.
Robson Braga de Andrade destacou a importância de eventos desse porte para a indústria brasileira: “A WorldSkills reúne mais de 60 países, os principais países industrializados do mundo, e aqui é possível ver, por meio de exemplos, o que nós precisamos fazer no Brasil, que já tem uma tradição muito grande na formação profissional, para proporcionar uma qualificação ainda melhor para o jovem e o trabalhador da indústria brasileira”, avaliou. “O objetivo é que o trabalhador qualificado tenha condições de fazer a nossa indústria mais produtiva e mais competitiva e que ele também tenha mais qualidade de vida, melhor remuneração, tenha um crescimento que venha por meio do trabalho", afirmou Robson.
Até quarta-feira, competidores de 68 países vão enfrentar provas que reproduzem o dia a dia de 52 profissões técnicas. Eles têm de executar os desafios com excelência técnica e velocidade. A cada dia eles obtêm uma pontuação que se soma e, ao final, aponta o campeão em cada ocupação. A delegação do Brasil tem 56 competidores, alunos e ex-alunos do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). O Brasil é o atual campeão do torneio, com 27 medalhas conquistadas em 2015.
Crédito fotos: José Paulo Lacerda
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