Sondagem Industrial Especial do RS, realizada entre 1º e 14 de abril e divulgada nessa terça-feira (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), aponta que 97,6% das indústrias gaúchas foram afetadas pelo coronavírus, 91% de forma muito negativa. A demanda recuou em 80% delas, sendo que em 43,6% de forma intensa. “A pandemia gerou grandes obstáculos às operações. Além da falta de demanda provocada pelo isolamento social e fechamento do comércio, as indústrias tiveram dificuldade em adquirir insumos, matérias-primas e com a logística de transporte de produtos. Enquanto o comércio não puder abrir em sua totalidade, seguindo todos os protocolos de segurança para funcionários e clientes, a situação só irá se agravar”, destaca o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, lembrando ainda que o acesso a capital de giro ficou restrito, comprometendo até mesmo pagamentos rotineiros, como aluguel, fornecedores, salários e energia elétrica.
A Sondagem Especial voltou ao tema Impactos da Pandemia na Indústria Gaúcha e confirma o primeiro levantamento realizado pela Consulta Empresarial, em 26 e 27 de março. Enquanto a Sondagem indica que 80% das indústrias perderam demanda, a Consulta Empresarial do mês passado revelava que 83,8% tinham apresentado queda. Somente 9,7% das empresas registram aumento da demanda devido à pandemia.
Mais de 42% responderam, em abril, terem paralisado a produção, sendo que 14,3% por tempo indeterminado, e 41,6% registraram retração (22% de forma intensa). Os principais impactos causados pela pandemia nas empresas foram a redução do faturamento (72,3% das respostas), o cancelamento de pedidos e encomendas (56,6%) e a inadimplência de clientes (55,4%).
Oito em cada dez empresas enfrentam dificuldades para conseguir insumos e matérias-primas, para quase um quarto (24,5%) a dificuldade é muito grande (eram 37,5% na Consulta Empresarial). Em função da crise, 78,5% enfrentam problemas com a logística de transporte de seus produtos, insumos e matérias-primas. A dificuldade é grande para 28,2%.
Na avaliação de dois terços das empresas, aumentou a dificuldade de acesso à capital de giro. Para 21,8% delas, o acesso está muito mais difícil, 29,6% não perceberam alteração e 3,5% consideraram que o acesso melhorou. Seis de cada dez encontram dificuldades financeiras para realizar pagamentos rotineiros. Para 24,1%, a dificuldade é muito grande.
MEDIDAS PREVENTIVAS
A pesquisa aponta também que 99,4% das indústrias tomam medidas para preservar seus funcionários. O afastamento de empregados de grupo de risco ocorreu em 66,1% das empresas. Também a realização de campanhas de informação e de prevenção/medidas extras de higiene (64,9%) e a adoção de trabalho domiciliar (60,7%) foram bastante utilizadas. Mas 19,6% se viram obrigadas a reduzir o quadro funcional por conta da crise.
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