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Exportações gaúchas têm queda de 13% em reais no 1º semestre

Resultados foram divulgados pela FIERGS

As exportações do Rio Grande do Sul em reais tiveram uma redução de 13% no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2007, atingindo R$ 12 bilhões. O resultado foi mais intenso no setor industrial, com queda de 20%, registrando um total de R$ 10 bilhões. "A análise em moeda nacional é relevante na medida em que a maior parte dos custos dos exportadores são honrados em reais. O resultado também mostra que os segmentos voltados para o mercado externo têm injetado menos renda na sociedade gaúcha", avalia o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Paulo Tigre, ao divulgar a balança comercial, nesta quinta-feira (10).

Em reais, nos primeiros seis meses do ano, apenas dois setores industriais apresentaram crescimento: Extrativa Mineral (41,5%), principalmente os derivados de petróleo, como o óleo diesel, e Alimentos e Bebidas (2,6%). "Ambos foram fortemente beneficiados pelo contexto internacional de expansão da demanda e do preço das commodities", explicou Tigre. As exportações de produtos primários, por outro lado, aumentaram 59% na moeda nacional, chegando a R$ 1,9 bilhão no período.

Já em dólar, este cenário ficou bastante diferente. As exportações gaúchas tiveram elevação de 29% no primeiro semestre, totalizando US$ 8,3 bilhões. A indústria foi responsável por US$ 6,9 bilhões, registrando um crescimento de 20% ante igual período do ano passado. O maior resultado foi observado no setor de Alimentos e Bebidas, (52%), tendo seu desempenho influenciado, principalmente, pelo elevado preço internacional das commodities agrícolas, com impacto direto na comercialização de óleo de soja e carne de frango in natura. Vale também destacar a performance do setor de Máquinas e Equipamentos (38%), impulsionada pela venda de tratores, ceifadeiras e debulhadoras.

O setor coureiro-calçadista registrou mais uma vez comportamento negativo e viu a sua participação na pauta gaúcha cair de 14% para 11% em um ano. "É um reflexo dos efeitos do câmbio valorizado e da forte competição nesse mercado", explica Tigre. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul vem conseguindo manter a terceira posição nas exportações brasileiras, ficando atrás de São Paulo e Minas Gerais.

Na esteira do dólar barato, as importações do Estado aumentaram 64%, contabilizando US$ 6,9 bilhões no ano. Já o saldo comercial foi positivo em US$ 1,3 bilhão.

Os Estados Unidos continuam em primeiro lugar no destino dos produtos gaúchos. No entanto, deixaram de comprar US$ 62 milhões em 2008, o que significou uma queda de 7% em relação ao ano passado, fechando em US$ 821 milhões. Moeda americana mais fraca e menor atividade econômica naquele país são as razões que explicam esta baixa. Por outro lado, a China vem se consolidando cada vez mais como principal comprador do Rio Grande do Sul. O país asiático já ocupa a segunda posição, com 100% de aumento no acumulado deste ano, totalizando US$ 791 milhões.

Exportação por intensidade tecnológica

As exportações de produtos gaúchos com alta tecnologia tiveram uma queda de 6% no primeiro semestre de 2008, em comparação com o mesmo período de 2007. Nesta categoria, as vendas externas atingiram US$ 95 milhões, enquanto os embarques dos que possuem baixa tecnologia aumentaram 26% (US$ 3,4 bilhões). Os produtos com média-alta e média-baixa tecnologia venderam US$ 2,1 bilhões e US$ 665 milhões, respectivamente, com aumentos de 18% e 15%.

Exportação Global (indústria e produtos primários)

JAN a JUN - 2008

1º - São Paulo − US$ 27,3 bilhões

2º - Minas Gerais − US$ 10,5 bilhões

3º - Rio Grande do Sul − US$ 8,3 bilhões

4º - Rio de Janeiro - US$ 7,7 bilhões

5° - Paraná − US$ 7,6 bilhões

Publicado quinta-feira, 10 de Julho de 2008 - 0h00