Presidente da FIERGS avaliou os impactos da valorização cambial
O desempenho das indústrias gaúchas exportadoras tem sido comprometido com a forte desvalorização do dólar frente ao real, que nessa semana atingiu R$ 1,55, o menor patamar desde 1999. "O governo está prestes a lançar a segunda edição da Política de Desenvolvimento Produtivo. A questão cambial certamente deve ser levada em conta nas medidas que vêm sendo estudadas e não pode ser tratada de forma isolada. Ela é um elemento da competitividade da economia. Portanto, o câmbio tem que fazer parte da política econômica", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, nessa terça-feira (26).
De acordo com o industrial, um dólar baixo para o Brasil e, especialmente, para a economia do Rio Grande do Sul, que tem vocação exportadora, precisa ser compensado através de uma série de medidas, de maneira que o resultado em grau de competitividade seja elevado. A relação vendas externas e Produto Interno Bruto (PIB) é de 14% para o Estado, enquanto que no restante do País é de 11,6%. Nos últimos cinco anos, cerca de 120 empresas gaúchas deixaram a atividade exportadora, e hoje somam 2,5 mil.
"A intervenção isolada na taxa de câmbio é urgente, mas deve vir acompanhada de outras decisões. Neste momento, os interesses do governo brasileiro e da iniciativa privada são plenamente coincidentes, ou seja, elevar a competitividade econômica do País diante da concorrência internacional", destacou o presidente da FIERGS. Müller lembrou ainda que as empresas que não exportam, ou que deixaram de exportar, têm interesse no dinamismo da economia trazido pelas vendas externas e pela geração de renda que isto implica no nosso mercado interno.