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Especialistas debatem modelos de fomento à inovação na área de TIC

Uma mesa redonda encerrou na tarde de terça-feira (10) o Seminário "Open Innovation na América Latina", realizado durante a BITS - Business IT South América, no Centro de Eventos da FIERGS. O encontro reuniu especialistas em Tecnologia da Informação e Comunicação e representantes de governos da América Latina e da Europa para tratar de programas de fomento para a inovação nos negócios, pesquisas, modelos de cooperação em políticas governamentais e oportunidades de cooperação entre países. A iniciativa foi realizada pelo Centro Internacional de Negócios da FIERGS, por meio do Programa AL-Invest IV, com apoio da Rede Europeia Open Innovation Strategy and Policy Group.

O representante da cidade portuguesa de Aveiro, Vasco Lagarto, destacou que há três anos o governo do país lançou um desafio que pretendia criar uma massa crítica que interligasse o mundo científico e o setor empresarial. Daí, surgiu a TICE.PT, uma associação que se propõe responder ao desafio e ser uma referência mundial na área de tecnologia da informação, envolvendo governo, empresas e universidades. "Conhecimento é importante para a cena empresarial e sem o qual não há desenvolvimento", disse. Ele explicou que a associação foi dividida em três eixos básicos que são eletrônica, telecomunicações e tecnologia da informação. Entre os projetos já desenvolvidos, a maioria contemplou energia ecologicamente sustentável, educação de boa qualidade, melhor sistema de saúde e qualidade de vida, administração pública qualificada, mobilidade eficiente, além de cultura e lazer acessível à população em geral.

A presidente da Critical Software, Ana Guimarães, apresentou a empresa criada em Coimbra, Portugal, no ano de 1998. O trabalho da empresa, presente em diversos países, tem o foco em soluções nas áreas de aeronáutica, espaço e defesa. Hoje, já são três centros em Portugal, totalizando 250 engenheiros e 25 pesquisadores, com subsidiárias nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Moçambique e Romênia e representações na África do Sul, Angola, China e Índia. A receita provém em 60% do mercado civil e 40% da área militar. Atualmente, o mercado internacional corresponde a 70% do faturamento da empresa. O crescimento da Critical Software é de 40% ao ano.

Já a pesquisadora da Universidade Huelva (localizada na região da Andaluzia, na Espanha) Albertina Dias, expôs a experiência dos parques tecnológicos, semelhantes aos existentes no Rio Grande do Sul e em outros Estados brasileiros e exemplos práticos da tecnologia da informação em Portugal. Ela contou que também é empresária do setor de TI e tem por objetivo serviços de engenharia com grande valor agregado. Segundo Albertina, não existe espaço no mundo empresarial de hoje para as empresas médias: "Ou você é pequeno ou

grande. Se for médio, o mercado lhe devora".

A empresária ressaltou ainda que o desenvolvimento entre as áreas de agricultura, industrial, informação e conhecimento é cada vez mais rápido e "não há empresa que sobreviva sem colocar o conhecimento que produziu para fora, para o mercado e para a sociedade".

Encerrando a tarde de discussão, debates e troca de experiências, o representante da Softex, Eduardo Grizendi, falou sobre a "Possibilidade de Cooperação entre Instituições Europeias e Brasileiras". Segundo ele, esta questão está relacionada a custo. "Quanto mais próximo do mercado e outras empresas do mesmo setor, menor o custo e maior o resultado", salientou. Eduardo Grizendi disse ainda que ter uma "atitude voltada ao Open Innovation" possibilita um ambiente fértil para inovação de empresas, para a consolidação do mercado de atuação e para futuros negócios, assim como a conquista de talentos dentro e fora da empresa.

Publicado Terça-feira, 10 de Maio de 2011 - 0h00